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Polícia pede mais prazo para concluir inquérito sobre Lúcio

O carro de Lúcio, utilizado na movimentação para matar Rodrigo Neto, era roubado, teve a placa clonada e os documentos falsificados

IPATINGA
– A Polícia Civil pediu à Justiça de Ipatinga um prazo maior para concluir as investigações do caso em que o ex-policial civil Lúcio Lírio Leal aparece como suspeito de clonar, falsificar e utilizar o documento falso de um carro roubado no Espírito Santo.

A dilação do prazo, segundo o delegado responsável pelo inquérito, tem como objetivo juntar mais provas aos autos. O inquérito, que ainda não foi concluído, foi encaminhado ao fórum nesta quarta-feira (8).

Segundo consta nas páginas do documento, o ex-detetive Lúcio Leal, que foi condenado no último 28 de agosto pela morte do jornalista Rodrigo Neto, assassinado em março do ano passado, estaria de posse de um carro roubado e teria clonado a placa do veículo, além de falsificar a documentação do carro.

ROTA DE FUGA
O carro em questão é o Fiat Strada Adventure, que foi utilizado por Alessandro Augusto Neves, o Pitote, no dia da morte de Rodrigo. Na ocasião, câmeras de segurança do comércio mostraram que o carro de Lúcio Lírio Leal circulou algumas vezes pelo caminho usado como rota de fuga da dupla, que, para cometer o crime estava numa motocicleta. A função do investigador seria atestar que o caminho estaria livre no momento da fuga.

Ainda segundo o processo, cerca de 10 minutos antes de o jornalista ser executado, o carro de Lúcio foi flagrado pelas imediações de onde Rodrigo estava. Ele fez por várias vezes o trajeto entre a avenida Gerasa, rua Profetas, avenida Selim José de Sales, ruas Síquem, Judite e Pentateuco.

FALSIFICAÇÃO
De acordo com as investigações do delegado Geraldo Magela Morais, na época das investigações da morte do jornalista, a PC apreendeu no dia 18 de junho de 2013, a Strada de Lúcio, que teria sido utilizada no assassinato.

Ao conferir a documentação do veículo foi possível notar que o carro era produto de furto do estado do Espírito Santo, e que estaria com as placas alteradas. Lúcio circulava com o veículo utilizando a placa NTQ 7185, porém a indicação original seria MTQ 5003.

A polícia também descobriu que mesmo utilizando a placa clonada, ao consultar no sistema, NTQ 7185, aparece que o veículo pertence ao município de Canudos, na Bahia.

Ainda com base nas informações do inquérito, durante o depoimento de Lúcio, o ex-detetive informou para a polícia que teria comprado esse veículo de um rapaz chamado Júnior, morador do Iapu.

SEM RECIBO
O ex-agente disse ainda que na época comprou o carro por R$ 30 mil, porém a princípio pagou a metade do valor combinado para proprietário e só pagaria o restante caso ele regularizasse as prestações do veículo, que segundo Lúcio estavam atrasadas. Lúcio informou à polícia que não tem recibo de pagamento que comprove que a metade do carro foi paga a esse Júnior.

No texto do inquérito, o delegado responsável pelas investigações disse que “o denunciado era policial civil e possuía pleno acesso ao sistema de pesquisa dos órgãos de trânsito, inclusive, realizava consultas ilícitas de placas para terceiros”, diz o documento.

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