Cidades

PMI enfrenta primeira manifestação pública

Com faixas e cartazes, os trabalhadores clamavam em frente à Prefeitura de Ipatinga: “Reajuste Já”
(Foto: Nadieli Sathler)



IPATINGA –
A pressão por reajuste nos salários do funcionalismo público de Ipatinga levou os trabalhadores a realizarem na tarde de ontem (27) um ato público em frente ao prédio da Prefeitura, na Praça dos Três Poderes.
O movimento organizado pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ipatinga (Sintserpi) foi solicitado pela categoria, conforme decidido em assembleia no dia 21, depois que o governo pediu 60 dias para voltar a discutir os itens da campanha salarial.

“Protocolamos nossa pauta de reivindicações no dia 13 de janeiro. Tivemos três rodadas de negociações frustrantes, porque não teve proposta positiva para o trabalhador. Já são quase 90 dias de espera e mais dois meses é um tempo que o trabalhador não quer esperar”, contou Helenir de Lima, presidente do Sintserpi.

A questão do abono salarial para complementação do salário base da categoria – que é de R$ 616 – também foi criticada pela diretoria sindical. A estratégia é a forma encontrada pelo Executivo para equipar os vencimentos de alguns servidores ao salário mínimo nacional, atualmente em R$ 678.

“Nós temos consciência da situação financeira difícil que se encontra o município, mas não podemos pagar esse preço. Infelizmente para consertar a cidade o servidor não pode ser penalizado. Foram criados cargos na Administração e outras secretarias e isso impacta na folha de pagamento. Precisamos que a prefeita (Cecília Ferramenta) tenha um olhar especial para os trabalhadores, está impossível ficar sem uma recomposição salarial. Agora essa é nossa luta”, esclareceu.

VALORIZAÇÃO
A técnica de enfermagem do Hospital Municipal, Geralda Carvalho de Souza, enfatizou o desejo da categoria por reajuste imediato. Ela lembrou que os salários estão defasados e que por muitos anos no município foi praticada a política do reajuste zero.

“Hoje um auxiliar de enfermagem ganha R$ 720, e no meu caso para sustentar uma família de cinco pessoas. É lógico que a prefeita não é obrigada a cuidar dos meus filhos, mas o piso que o técnico deveria ganhar tinha que ser respeitado. Os auxiliares de serviços gerais ganham menos que o mínimo, isso prova o achatamento dos salários em Ipatinga”, lembrou.

A servidora ressaltou que muitos colegas de profissão deram o sangue pela Prefeitura de Ipatinga, por isso merecem ser valorizados. Ela comentou que os cargos comissionados e algumas classes na Prefeitura de Ipatinga tiveram um aumento de salário com a reforma administrativa feita no início do ano.

“O governo tem de lembrar que foi eleito por esse povo que trabalha. Um servidor insatisfeito pode transmitir isso para a carreira política do nosso governante. O trabalhador de base é o que ganha menos e por isso a recomposição salarial está fazendo falta porque aumentou o arroz, feijão e outros gêneros alimentícios”, reclamou.

Prefeitura reitera diálogo
Ipatinga – 
A Prefeitura Municipal reiterou no final da tarde de ontem (27) o compromisso de manter o diálogo aberto e transparente com os sindicatos que representam o funcionalismo municipal, por ocasião da campanha salarial da categoria.

Em nota, o Executivo informou que o total da dívida deixada pelo governo anterior apenas com os servidores públicos municipais de Ipatinga chega a cerca de R$ 27 milhões. O montante é referente a férias atrasadas, consignações, descontos de INSS e encargos trabalhistas, sendo que há casos de funcionário com até quatro férias sem pagamento por parte do governo anterior.

“Desde o primeiro dia da nova Administração, a prioridade é garantir condições para pagar, ainda neste ano, todos esses débitos com o funcionalismo, o que representa praticamente duas folhas extras de pagamento no orçamento”, declarou o documento.

Em janeiro foram pagos R$ 7 milhões relativos a salários atrasados de dezembro para parte dos servidores da saúde e dos inativos, devidos pelo governo anterior. Também a partir daquele mês, os servidores e inativos passaram a ter data unificada para recebimento de salários – sempre no último dia útil de cada mês.

A partir de abril, a Prefeitura vai iniciar o pagamento de férias vencidas e não pagas, cujo montante é da ordem de R$ 10 milhões, que serão quitadas até
dezembro de 2013.

De acordo com estudos realizados pela Administração, enquanto o passivo com os servidores não for acertado, torna-se imprevidente conceder reajuste salarial para a categoria, principalmente diante das condições financeiras atuais do município e dos limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

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