Cidades

PMI corta horas-extras e funcionários protestam

Os servidores afirmaram que trabalharão em escala reduzida até que as horas excedidas sejam pagas

 

IPATINGA – Os servidores do Hospital Municipal de Ipatinga Eliane Martins decidiram na última terça-feira (10) que trabalharão em escala reduzida. Isso porque o governo Robson Gomes (PPS) cortou o pagamento de horas extras do funcionalismo.
Os trabalhadores receberam os contra-cheques de junho sem a remuneração da jornada entendida. Até que a situação seja liquidada, o atendimento na unidade hospitalar pode ficar seriamente comprometido.
Uma reunião entre representantes do Conselho Municipal de Saúde, o diretor do Hospital Eclair Fensk, o coordenador da pediatria, Leonardo, e o coordenador da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) José Roberto, realizada na manhã de ontem (11), tratou do assunto e de encaminhamentos para resolver o impasse entre os servidores e a PMI.
O secretário municipal de saúde, Wagner Barbalho, esteve presente ao encontro com os funcionários e ficou de conversar com o prefeito para dar um retorno à categoria. Ainda na tarde de ontem, o diretor do Sindicato dos Servidores Públicos de Ipatinga (Sintserpi), José Constantino, aguardava um retorno da Administração.

BANCO DE HORAS

O alto volume de horas extras é consequência direta da falta de mão-de-obra para suprir a demanda existente no Hospital. De acordo com informações do conselheiro de saúde, Carlos Roberto, por mês, são feitas na unidade um total de 21 mil horas extras.
“O excesso de hora extra é para suprir a falta de funcionários. No setor de enfermagem, seria necessária a contratação de pelo menos mais 90 técnicos para dar conta da demanda”, relatou.
O conselheiro contou que o setor de farmácia da unidade não dispensou nenhuma medicação na manhã de ontem, pois não havia farmacêutico escalado para atender os receituários.
“O caso é muito grave. A Prefeitura fez um concurso público para suprir essas vagas, mas em função dos limites legais da Lei de Responsabilidade Fiscal, não pode contratar ainda. Os dirigentes do Hospital Municipal solicitaram uma assembleia extraordinária com os conselheiros de saúde para debater as consequências do quadro reduzido de funcionários”, relata. O presidente do Conselho, José Lameira, deve marcar a data do encontro nos próximos dias.

PRECARIEDADE
A medida de contenção do governo Robson já acarretou na redução do número de leitos de internação, tanto nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) quanto na internação. Apenas os casos mais graves estão sendo atendidos.
A falta de técnicos de enfermagem é tanta que um profissional tem que cuidar de três a quatro leitos por jornada – o protocolo normal é que haja na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) um profissional para cada dois pacientes.
No setor de pediatria, há apenas 10 profissionais, quando deveriam ter pelo menos 18. Para que não haja interrupção no atendimento, os médicos são obrigados a estender a jornada de trabalho.
Para o final de semana, a expectativa é que não haja nem clínico geral, cirurgião e nem pediatra a partir de sexta-feira (13), devido à defasagem na atual escala.

SUPERLOTAÇÃO
Em nota, a Prefeitura informou que está tomando as medidas cabíveis para dentro do possível manter a média de atendimento do hospital que, por dia, atende a aproximadamente 500 pessoas.
“O Pronto Atendimento do Hospital Municipal (HMI) de Ipatinga vem realizando atendimentos com 70% acima de sua capacidade estrutural. Passam diariamente pelo HMI pacientes de todo o Vale do Aço, além de diversos municípios do Leste de Minas, totalizando atendimento de demandas de 60 municípios”, alegou.
Contudo, não foram respondidos os questionamentos de quando serão pagas as horas-extras e nem por que a medida foi tomada pela administração.


“O caso é muito grave. A Prefeitura fez um concurso público para
suprir essas vagas, mas em função dos limites legais da Lei
de Responsabilidade Fiscal, não pode contratar ainda”.

Carlos Roberto, conselheiro municipal de Saúde

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