Policia

PM acusado de homicídio é julgado por mais de 12 horas

IPATINGA – Até o fim da noite passada o destino do Cabo da PM Wagner Anacleto Silva, o “Foguinho”, ainda era desconhecido. O policial estava sendo julgado por cinco crimes contra a vida ocorridos em abril deste ano. O Júri Popular começou às 9h e até as 22h ainda estava longe do fim. O Tribunal do Júri estava lotado, a maioria era colegas de farda do réu.

Apenas as testemunhas de defesa foram interrogadas, em sua maioria, policiais militares. Os depoimentos duraram o dia inteiro e somente por volta de 19h é que os debates entre acusação e defesa começaram.
O Cabo Silva foi apontado como sendo o assassino do adolescente Tayrony Vildes Gomes Fernandes, 17 anos, e por ter atirado contra outros quatro jovens, na madruga do dia 11 de abril. De acordo com as investigações, naquela noite o policial foi à rua Begônia, no bairro Esperança, de carro, para deixar uma amiga, e teria se incomodado com alguns jovens que estavam no local.

Instantes depois ele teria retornado de moto e atirou contra as vitimas. Tayrony foi atingido no fêmur e outros dois rapazes também foram baleados, porém eles correram. Ainda de acordo com testemunhas ouvidas na delegacia e em juízo, Wagner se aproximou de Tayrony, que estava caído, e disse: “não vai morrer não, desgraça? Não vai morrer não, safado”? Depois dos dizeres, o Cabo efetuou dois tiros fatais à queima roupa contra Tayrony.

DEFESA E ACUSAÇÃO
O julgamento teve como representante da acusação o Promotor de Justiça Hélio Pedro Soares, de Teófilo Otoni, e na defesa o conceituado advogado criminalista Jayme Rezende. O réu se manteve tranquilo em todo o tempo. O Ministério Público foi categórico em dizer que as provas anexadas aos autos são contundentes para afirmar que o Cabo queria matar todas as vítimas.

“As perícias e captação de imagens demonstram a veracidade dos fatos. Não há provas contrárias trazidas aos autos, no sentido da autoria”, afirmou o promotor de justiça.
Já a defesa alegou que as provas não demonstram que o réu esteve no local do crime e que houve controvérsias nos depoimentos e laudos periciais, como a arma apreendida e o projétil encontrado no corpo da vítima. O advogado Jayme Rezende e seus auxiliares ainda tentaram desconstruir a imagem da vítima e mostrar para os jurados que “era impossível o PM pilotar a moto e atirar ao mesmo tempo”.

Interrogado, o réu – que faz patrulhamento na região do crime – considera que as acusações contra ele estão sendo feitas devido às diversas abordagens no local, que segundo ele, é um conhecido ponto de tráfico. “Eu creio que eles estão me acusando devido a abordagens e por eu ter passado pelo local antes que os crimes acontecessem”, disse o PM. O Júri foi presidido pelo Juiz da 1ª Vara Criminal Luiz Flávio Ferreira. O veredicto estava previsto para o início da madrugada desta quinta-feira (19).


Plenário ficou lotado; maioria, colegas de farda do réu

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