Policia

PC conclui inquérito de disparo acidental

Para delegada, o caso pode servir de exemplo sobre o perigo de se manter uma arma em casa

 

IPATINGA – A Delegacia de Crimes Contra a Vida indiciou os dois principais acusados de uma tentativa de homicídio – que evoluiu para homicídio – ocorrido no início deste mês. No dia 1º de abril, Sabrina Brenda Revert Dias Gomes, 17 anos, foi vítima de um disparo acidental de arma de fogo. A garota ficou quatro dias internada no Hospital Márcio Cunha e morreu no dia 5 de abril.
Estefânio Maicon de Oliveira, 20 anos, estava com a arma. Ele foi indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), e Demius Rodrigues Fernandes, 26 anos, foi incriminado pelo porte ilegal de arma, já que o revólver pertencia a ele. Para ele, foi arbitrada uma fiança, o que pode significar a sua liberdade.
No caso de Estefânio, ele só será colocado em liberdade caso o Ministério Público tenha o mesmo entendimento da Polícia Civil e considere que o crime praticado não foi intencional.

ENTENDA
O crime ocorreu em uma casa no bairro Caravelas, durante uma confraternização. Segundo consta das investigações, havia vários adolescentes em um quarto, e algumas meninas estariam mexendo em um guarda-roupa, onde estava a arma.
De acordo com os depoimentos, Estefânio teria avisado que no local havia uma arma, e pediu para as meninas pararem de mexer no armário. Em sua oitiva, o acusado conta que em um outro momento foi tomar banho e, quando retornou ao quarto, resolveu retirar a arma de dentro do guarda roupa e colocá-la em outro local. Neste ínterim, o revólver teria disparado acidentalmente e atingido a nuca de Sabrina – que estaria em um plano mais baixo que o do rapaz.

NEGLIGÊNCIA

A delegada de Homicídios responsável pelo inquérito, Irene Angélica Franco, entendeu que Estefânio agiu com negligência ao manusear a arma, sem qualquer habilidade. A delegada explica que qualquer pessoa que possua o mínimo de habilidade com um revólver sabe que ao colocar o dedo no gatilho, há grandes chances de a arma disparar. “Ele agiu com negligência, já que não possui habilidade para manusear a arma. Mas entendi que ele não teve intenção de matar, porque embora se tinha o resultado previsível de morte, ele não foi indiferente à morte da garota”, explica a delegada, acrescentando que não há dúvidas de que o disparo foi realmente acidental. “Os depoimentos não contradisseram o laudo do IML”, afirma. Tudo indica, segundo a PC, que a garota estava agachada ou sentada. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) atestou que o tiro foi dado de baixo para cima, o que descarta a hipótese de execução.

ARMA
Em seu depoimento, Demius (dono da arma) disse que mantinha o revólver guardado em casa porque estava com medo, já que o ano passado o irmão dele foi vítima de uma tentativa de homicídio em Timóteo.
A delegada considera que o caso de Sabrina deva servir de lição para aqueles que mantêm armas em suas casas. “Infelizmente um fato deste serve de exemplo para que ninguém mantenha em casa uma arma. Nós pedimos que aquele que tenha qualquer tipo de arma em casa, que faça a entrega espontânea, pois não haverá punição”, garante.


Sabrina Brenda foi morta por um tiro
disparado acidentalmente

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