Policia

Pai de mulher morta diz que chora lágrimas de sangue

Ivan da Costa Lima é pai de Márcia Barbosa Lima, vítima do “Crime da Biquinha”

 

FABRICIANO – No dia 16 de março, foi posto em liberdade Cleverson Elias Nascimento, 26 anos, principal acusado de matar o casal José Carlos de Oliveira Froes, de 48 anos, o “Borrão”, e a promotora de vendas Márcia Barbosa Lima, de 40 anos. O duplo homicídio ficou conhecido como “Caso da Biquinha”.
Anatólio Fernandes da Silva, 69 anos, também acusado de envolvimento no crime, está respondendo ao processo em liberdade.
Desde então, os pais de Márcia não conseguem entender o motivo pelo qual o principal acusado pelo crime está solto. O pai de Márcia, Ivan da Costa Lima, 71 anos, também escreveu uma carta de repúdio e endereçou à imprensa local. No texto, o pai da vítima expõe com muita emoção a dor que sente em ter perdido a filha e mais ainda em ver os acusados respondendo ao processo em liberdade.

EMOÇÃO
Em certo trecho da carta, o pai de Márcia pede desculpas se algum momento ofendeu uma autoridade policial. “Mas, hoje, depois de dar por encerradas as investigações e colocando os acusados em liberdade, venho pedir por meio da imprensa que a justiça seja feita”, diz o pai.
A reportagem do DIÁRIO DO POPULAR conversou pessoalmente com o aposentando. Por diversas vezes, a entrevista precisou ser interrompida, pela forte emoção de Ivan ao falar da morte da filha.
O pai considera que as investigações não foram levadas com seriedade, e que chegou a ouvir em uma rádio o ex-delegado regional João Xingó menosprezar o “Caso da Biquinha”. “Ele respondeu na rádio que se a gente não estava satisfeito com as investigações, que a gente então procurasse um país de primeiro mundo para apurar o caso. Ele faltou com respeito ao caso. Cada lágrima que sai dos nossos olhos tem uma porcentagem de sangue”, lamenta.

LIBERDADE
Cléverson ficou preso por seis meses e teve a prisão relaxada depois que a justiça não conseguiu cumprir o prazo legal (120 dias) para ouvir todas as testemunhas. Ainda faltam depoimentos de pessoas importantes no caso, como policiais civis e militares. No último dia 26 de março os dois acusados foram novamente ouvidos.
O advogado de Cléverson, Tiago Xavier, explicou que a decisão foi tecnicamente processual e que no momento não se discutia a inocência ou culpabilidade do suspeito.
Sobre a autoria do crime, a defesa de Cléverson entende que ele está servindo de “bode expiatório”, uma vez que segundo o advogado, o inquérito é falho e não há provas contundentes, mesmo que a acusação tenha sido baseada na confissão dele.

LAMENTO
O pai de Márcia disse que não sabia o motivo pelo qual Cléverson foi posto em liberdade. Quando foi informado pela reportagem sobre o real motivo, o aposentado chorou novamente e lamentou pela justiça morosa no país. “A gente fica indignado porque nós pagamos impostos, contribuímos com esta nação e eu não tenho dinheiro para pagar advogado para acompanhar o caso. Eu não sabia deste tal prazo legal. O que a gente mais quer é a justiça neste País para que o crime não caia no esquecimento”, finaliza.

 

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