Cultura

O poder transformador da música

IPATINGA – Aos 25 anos, Inamara Amanda Souza Santos vive uma rotina ritmada. De um lado, as melodias musicais; de outro, os sons da indústria. Ao equilibrar o dia a dia entre o palco e a Usina de Ipatinga, ela encontrou uma forma de unir dois universos tão distintos e ter seus talentos reconhecidos tanto como operadora de Produção da Aciaria da Usiminas quanto como cantora – um dom que ganhou força no último ano.

Ao contrário do que muitos pensam, o lado artístico de Inamara não está no DNA. “Até hoje procuro algum antepassado que tenha gostado de cantar e tocar”, brinca. Por isso, a descoberta do talento musical foi acompanhada de outra revelação: a do poder restaurador da música. Como integrante de um grupo de jovens, ela já se apresentou para pessoas em situação de vulnerabilidade, como em centros de recuperação para dependentes químicos, e planeja para este ano a participação em projetos sociais da cidade, muitos deles com o envolvimento de seu irmão mais novo. “A arte, seja a música, a dança ou o teatro, tem o dom de comover as pessoas. Tocar aquelas que mais precisam traz um retorno incrível. Faz bem para a gente também”, explica Inamara.

ENCANTAMENTO

Ela conhece bem o encantamento exercido pela música. Aos 11 anos, do banco da igreja em que se sentava durante todas as missas, estrategicamente localizado próximo ao coral, Inamara acompanhava as músicas com tanta graça que foi notada. Convidada para participar do grupo, empenhou-se nos ensaios aos sábados, nas apresentações durante as liturgias e, pouco tempo depois, também em casamentos, aniversários e eventos escolares.

Na adolescência, chegou a gravar um CD amador com uma amiga e vendê-lo pela cidade natal de sua mãe, Passatempo. “Contamos com o boca a boca e fomos até a rádio da cidade fazer a divulgação. Também nos apresentamos em bares e boates”, lembra. Com o tempo, no entanto, a música foi cedendo lugar aos compromissos com a faculdade e o trabalho.

OPORTUNIDADE
Mas no ano passado, a primeira grande oportunidade bateu à porta de Inamara. A edição Minas Gerais do Festival SESI Música sempre foi para ela um verdadeiro desafio e foram anos de espera até criar a coragem de se inscrever. A decisão foi enfim tomada em 2015 e se tornou um divisor de águas. “Fui uma das finalistas do festival e, mesmo não tendo ganhado, conheci músicos maravilhosos, com quem mantenho contato.”

Desde então, Inamara tem se dedicado mais à atividade. “Voltei com um gás imenso. Criei dois projetos paralelos de bandas, uma acústica, chamada Inamara e Cia do Rock, e outra propriamente de rock, a Lady Murphy. As duas têm colegas meus da Usiminas entre os integrantes e temos planos de gravar um CD e lançar webclipes”, diz Inamara, que também planeja se candidatar ao programa The Voice, da Rede Globo.

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