Opinião

O novo pico de covid-19 e o silêncio dos governos municipais

(*) Fernando Benedito Jr.

É gritante o silêncio dos governos municipais no Vale do Aço em relação ao aumento de mortes e casos de contaminação diárias pelo coronavírus e suas variantes (aliás, também pouco se fala sobre as variantes, já que pouco se testa, o que também revela um descaso científico que merece observação). Com os índices de contaminação diária nos píncaros, inclusive, mais altos do que nos picos e ondas anteriores, os leitos hospitalares voltaram a ficar abarrotados de pacientes e os óbitos voltaram a ser registrados com mais frquência, ainda que não no mesmo patamar de antes, em razão da vacinação da maior parte da população.

Em Coronel Fabriciano, o Hospital Unimed proibiu as visitações em razão do aumento da contaminação. Em Ipatinga, na última segunda-feira foram registradas três mortes, além de óbitos em dias alternados. As UTIs e enfermarias estão com as taxas de ocupação nas alturas, em alguns casos com mais pacientes que leitos.

Em situações como esta, comumente são adotadas medidas de isolamento social – e não se está falando de lockdown, que tornou-se sinônimo de destruição econômica, segundo o entendimento dos negacionistas bolsonaristas e capitalistas ignorantes, que também são sinônimos -; uso de máscaras, que foram abolidas em Ipatinga, por exemplo; uso de álcool em gel; evitar aglomerações desnecessárias (tipo o show do Skank, ainda que se ame o Skank), Domingo no Parque, Sábado na Feira, etc. Pelo menos temporariamente, até que o vírus dê trégua, é preciso criar maneiras de evitar sua circulação, o que também significa reduzir a circulação das pessoas.

É certo que grande parte do “rebanho” já está imunizada, mas o vírus não veio só para uma visita rápida e depois ir embora. Vai ficar, já está no meio de nós, diria o padre. Então, é preciso que as pessoas entendem isso para evitar o colapso do sistema de saúde e o colapso do próprio corpo, que levam à morte.

Às administrações públicas, que estão distribuindo a vacina e trabalhando contra o vírus, é preciso se esforçar mais. Serem mais assertivas em campanhas de convencimento a favor da vacina, contra as aglomerações, promover atitudes e movimentos que contribuam para interromper a cadeia de contágio.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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