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O governo da necropolítica mostra sua face mais cruel e desumana

(*) Fernando Benedito Jr.

Jair Bolsonaro quando falou tardia e rapidamente sobre as vítimas fatais da Covid-19, manifestando alguma condolência, foi para em seguida falar sobre o risco do isolamento social prejudicar a economia (que já estava bem combalida antes da pandemia, haja vista o PIB de 1,1%) e, claro, os resultados políticos de seu governo e das eleições de 2022. Essa, na verdade, é sua única preocupação. A necropolítica de seu governo não está preocupada com doença, pandemia, mortes. Isto é o que defendem e praticam – o ódio, a violência, o preconceito, o racismo.

Bolsonaro está focado na sucessão, como se vê pelas insistentes declarações, manifestações públicas de pronunciamentos oficiais. Embora não entenda de economia (e muito menos de medicina e saúde), de maneira recorrente insiste no discurso economicista porque sabe que aí está o calcanhar de Aquiles de qualquer governo. Falhou aí, está a meio caminho do precipício eleitoral.

Se por um lado a economia tem mais visibilidade para o cidadão comum, por outro a crueldade e desumanidade refletida em seu pouco caso com as mortes provocadas pela gripezinha, na insistência em mandar os vagabundos saírem às ruas e ir trabalhar como se emprego fosse mercadoria em abundância no País, é por si só motivo suficiente para desejar que Bolsonaro, seu seus filhos e seu séquito civil e militar desapareçam de vez da cena política nacional.

Só para lembrar, a crueldade da necropolítica bolsonarista não se manifesta apenas agora em tempos de coronavírus. Vem dos tempos de deputado, ao defender o estupro, o assassinato e a tortura. Vem da campanha eleitoral ao defender o uso de armas, ao proteger o assassinato de indígenas por grileiros e exploradores de toda ordem, ao estimular incêndios amazônicos. Vem de suas ligações com os milicianos cariocas, de sua política do ódio e das carreatas da morte nas portas de hospitais enquanto milhares de famílias pranteiam seus mortos sem poder se despedir.

Esperar piedade, solidariedade, humanidade e sensatez de Bolsonaro e dos fanáticos seguidores de sua seita é um grande equívoco. E tudo para impedir o PT e o comunismo de voltarem ao poder nesta enorme terra plana. Sei não…

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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