Nacionais

O destino da Lava Jato

(*) Fernando Benedito Jr.

Desde de 12 de julho de 2017 está no ar no site do Diário Popular a enquete com a seguinte pergunta “Qual o destino da Operação Lava Jato?”, deixando aos leitores algumas opções de resposta: acabará sendo asfixiada por forças políticas (6%), concluirá as investigações e punirá os corruptos (67%), apenas dará um exemplo ao País (2%), impedirá a candidatura de Lula em 2018 e se dissolverá (25%).
A enquete já deveria ter sido trocada, mas resolvemos mantê-la no ar por mais tempo até que a Lava Jato decidisse seu destino ou o destino de quem se tornou seu alvo principal – senão único – após o golpe que depôs a presidenta Dilma Rousseff. Para nós, esquerdopatas de um jornal de merda – como dizem bolsonaristas e caçadores de corruptos, essa gente de bem que ama a pátria e xingar quem defende a democracia –, parecia óbvio que extirpar Lula do cenário político seria o coroamento de todo o processo, senão nada do que fizeram teria valido a pena.
Analisando as resposta, conclui-se que a maioria, os 67% que apostaram que a Lava Jato concluiria as investigações e puniria os corruptos, enganou-se redondamente, a menos que estejam satisfeitos com a prisão de Lula e concluam que a partir daí está resolvido o problema da corrupção no País, porque o único e grande culpado desta tragédia endêmica é o lulo-petismo.
Os 25% que votaram na hipótese de a Lava Jato impedir a candidatura de Lula e se dissolver, acertaram em parte. A Lava Jato vai se dissolver, mas ainda não é certo que a candidatura de Lula esteja definitivamente descartada.
Não fosse o vazamento das conversas conspiratórias de Romero Jucá articulando o estancamento da sangria da Lava Jato, os 6% que votaram na possibilidade de asfixia da operação por forças políticas poderiam ter feito mais pontos. Nestes meses em que a enquete permaneceu ar, muita coisa mudou. O ódio aumentou no País, as mentiras criaram longas pernas, o fascismo mostrou sua face raivosa e o discurso de que o PT desgraçou o País tornou-se palavra de ordem a partir dos estúdios e redações das mídias monopolistas. Inclusive, a declaração de Jucá de que era preciso “estancar a sangria” foi parar na boca do personagem de Lula na série “O Mecanismo”, na Netflix, numa concessão dramática de inversão de papéis que o diretor José Padilha não soube explicar, entre outros absurdos. Lula foi preso, Jucá teve processos arquivados e nada aconteceu com sua tentativa de obstruir a Operação Lava Jato.
Os descrentes 2% que votaram na hipótese de que a Lava Jato apenas daria um exemplo ao País, talvez tenha sido a minoria que chegou mais perto da opção verdadeira. Concluído o objetivo final que era prender Lula e automaticamente dissolvida, a Lava Jato sinalizou com a possibilidade de punir exemplarmente os corruptos, mas o fez deforma absolutamente seletiva e parcial, o que acaba colocando em xeque sua credibilidade.
Vejamos o que vem a seguir. Dizem que, agora, é a vez de Temer, Aécio, Jucá, deputados e senadores que se elegeram com o dinheiro que Eduardo Cunha repassou, o pessoal que recebeu dinheiro da Friboi, das outras empreiteiras. Será? Com a palavra os caçadores de corruptos e idólatras de Moro, com suas panelas, suas camisas verde amarelas, patinhos e pixulecos.

(*) Fernando Benedito Jr. é esquerdopata, jornalista de merda e editor de um jornaleco de quinta.

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