Cidades

Número de atendimentos médicos caiu no último trimestre de 2011

Os números de cirurgias de catarata e de exames de patologia clínica também diminuíram, apontou relatório

 

IPATINGA – Durante audiência pública na manhã de ontem (21) para prestação de contas das ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde no 4º trimestre de 2011, um número chamou a atenção: os atendimentos médicos realizados no município. De acordo com dados apresentados pela diretora do Departamento Municipal de Controle, Avaliação e Auditoria (Decav), Juliane Nicole Vaz, entre os meses de outubro a dezembro do último ano, aproximadamente 6.945 atendimentos médicos foram realizados em Ipatinga, 300 a menos que no trimestre anterior.
Os números de cirurgias de catarata e de exames de patologia clínica também diminuíram. Juliane Nicole explicou os motivos que causaram queda no atendimento. “É importante ressaltar que no mês de dezembro os médicos saem de férias. E também a nossa cota, por exemplo, de enviar pacientes para atendimento em Belo Horizonte vai reduzindo no decorrer dos meses. Então não é que o município deixou de atender”, explicou a diretora do Decav.

VACINAÇÃO
Um dado alarmante também foi apresentado durante a audiência pública: o baixo índice de vacinação no município. A gerente de Seção de Vigilância Epidemiológica de Ipatinga, Micheli Moreira, informou que algumas campanhas de vacinação não alcançaram a meta esperada, que era de 95%. “As vacinas não chegaram às metas porque os pais não estão levando as crianças para vacinar. As campanhas de vacinação começaram na década de 80 e a adesão era grande. E com o passar dos anos, isso foi diminuindo porque as doenças não fazem mais parte do nosso convívio. Então as pessoas banalizam essa situação”, considerou Micheli.
Segundo ela, o sarampo, uma doença pouco diagnosticada, já está sendo registrada no País. “Alguns países da Europa não utilizam a vacina contra sarampo com recorrência e a doença acaba chegando aqui por causa dos turistas. E se as pessoas não estiverem imunizadas, correm risco. Então a gente tem que conscientizar a população da importância das vacinas para que essas doenças não retornem”, explicou a gerente de Seção de Vigilância Epidemiológica de Ipatinga.
Micheli contou ainda que devido ao não alcance das metas de vacinação, é possível que um surto de coqueluche seja registrado no próximo ano. “Essa questão de não atingir as metas é algo que está acontecendo no Brasil como um todo e o Ministério da Saúde já está sabendo disso, mediante um aumento nos casos notificados. E já existe uma previsão que no próximo ano a gente tenha uma alteração no calendário vacinal com relação a vacina para os adultos contra a coqueluche. Porque o objetivo inicial é proteger as gestantes”, informou Micheli Moreira.

BALANÇO
A audiência foi presidida pelo vereador Nilson Lucas (PMDB), responsável pela Comissão de Controle da Execução Orçamentária e Financeira do Legislativo. Para ele, o encontro é um momento proveitoso para a população. “A audiência traz ganho para a população e é um instrumento para que haja uma aproximação dos poderes e comunidade. Convidamos a população e os conselheiros para acompanhar as audiências sobre a saúde”, disse o vereador.
Nilson Lucas comentou os números apresentados pela Secretaria de Saúde do município. “Sobre os dados apresentados, eles informaram que estão investindo mais na saúde em Ipatinga do que a obrigação legal. Mas estamos pedindo que a eficiência também seja melhorada não só com números e valores investidos. Porque estamos acompanhando a insatisfação das pessoas com o serviço prestado”, falou Nilson Lucas.

SAMU
O vereador petista César Custódio aproveitou a audiência pública sobre saúde para questionar o trabalho realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Ipatinga. “De acordo com os dados apresentados, o SAMU atende a 50% dos chamados. Teve alguma ocasião em que o atendimento não foi feito devido à falta de equipamento ou até mesmo pela falta de equipes?”, perguntou César.
Juliano Domingos de Oliveira, coordenador do SAMU no município, respondeu positivamente ao questionamento do vereador. “Temos três unidades de suporte básico no município e é frequente acontecer em uma hora de pico, como na parte da manhã, ter alguma situação que a gente gostaria de enviar uma equipe, mas não tem possibilidade. Isso acontece também em acidentes com muitas vítimas, que temos que direcionar mais equipes para um mesmo lugar”, explicou Geraldo.


A gerente de Vigilância Epidemiológica contou que há possibilidade de surto de coqueluche no próximo ano

 

Vigilância Sanitária aumentou fiscalização
Ipatinga
– Já o departamento de Vigilância Sanitária registrou um aumento de 28% nas inspeções realizadas no último ano, se comparado a 2010. E de acordo com o gerente da Vigilância Sanitária de Ipatinga, Thiago Silva de Araújo, uma das ações de maior êxito no ano passado foi a de revitalização do Centro de Ipatinga. “Realizamos 64 vistorias no bairro Centro e quatro estabelecimentos foram interditados. A ação foi feita em parceria com a Polícia Militar e com o Corpo de Bombeiros e essa união nos ajudou muito. Os resultados das inspeções geram multa e ações educativas aos estabelecimentos notificados”, contou Thiago.
Ele informou ainda que no último trimestre do ano, a Vigilância Sanitária de Ipatinga juntamente com a Vigilância Ambiental, realizou o I Fórum da Qualidade Ambiental de Águas para Lazer. Na ocasião, 82 escolas e creches foram fiscalizadas, além de 18 clubes.

Infecção intestinal é a causa mais provável de mortes de detentas
Ipatinga
– Após a audiência pública de Prestação de Contas das ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde, o diretor do Hospital Municipal de Ipatinga, Eclair Fenske, falou sobre os resultados dos exames realizados com as detentas do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp). De acordo com ele, as suspeitas seguem o balanço final emitido pelo Estado. “Foi descartada qualquer doença de vias aéreas, respiratórias ou doenças que tenham contato pela respiração. Acredita-se em uma infecção intestinal ainda de causa desconhecida, podendo ser uma bactéria salmonela. Contando desde o início dos sintomas, serão necessários pelo menos 20 ou 30 dias para ter o diagnóstico do que causou a morte das detentas”, informou Eclair.
O diretor do Hospital Municipal de Ipatinga garantiu ainda que no momento o surto está sob controle. “O surto está totalmente controlado e não tem o menor risco neste momento de ocorrer isso novamente. E não tem mais nenhum detento internado no HMI. Nesta sexta-feira (18), todos que estavam internados tomaram antibióticos e foram liberados e já estão de volta ao presídio”, concluiu Eclair Fenske.

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