IPATINGA – Antes do encontro com os jornalistas, o presidente da Nippon Stell & Sumitomo Metal (NSSMSE), Hironobu Nose, reuniu-se com os vereadores de Ipatinga para expor a situação da empresa e os pontos dos acionistas. A imprensa não teve acesso a esta parte do encontro.
O presidente da Câmara Municipal, Nardyello Rocha, avaliou a reunião como “frustrante”, embora tenha agradecido aos acionistas da Nippon e da Ternium pela deferência em participar dos encontros com o Legislativo. “São os dois maiores fabricantes de aço do planeta. Nós até brincamos com eles dizendo que não entendemos nada de produção de aço, ainda que eu tenha trabalhado na Usiminas durante 25 anos. Nós entendemos de política e pelo visto o problema deles é político, não é econômico, não é de gestão. É político. Para um, só serve o Romel; para o outro, só serve o Sérgio leite. Então, é preciso buscar uma terceira via, uma alternância de poder, mas a grande verdade é que ficamos preocupados com este quadro que vivemos. Somos muitos gratos à Nippon e a Ternium que vieram até aqui, ao parlamento para colocar as suas posições”, avaliou.
DIVERGÊNCIAS
Nardyello Rocha disse ainda que é preocupante a divergência de informações entre os dois acionistas. Ele lembrou que o Legislativo foi procurado por causa da paralisação do processo sobre a definição do nome para a presidência no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que deu ganho de causa à Nippon representada pelo atual presidente da companhia, Romel Erwin. “Segundo a Ternium o que existe uma decisão liminar e a Nippon diz que é uma decisão de mérito. Então, veja como está longe este acordo e como ele é político”, salienta o parlamentar.
GUERRA DE VERSÕES
Nardyello ressalta estar feliz por ter recebido os representantes dois grupos de acionistas, mas frustrados com a forma como cada um se preocupa única e exclusivamente com os números e nomes.
“Há divergência até em relação número de ações de cada parte. A Ternium afirma que tem 33% das ações, mas o documento apresentado pela Nippon atesta que a Ternium tem apenas 19,4% e a Caixinha dos Empregados da Usiminas tem 4,3%. Então, nem esta conta fecha. Mais complicado ainda são os números em relação à divida, à reforma do alto forno. Estão cada um num planeta. É difícil até entender como duas empresas que colocam tanto dinheiro, bilhões dentro um negócio mantém tanta distância na hora de arrecadar, buscar o lucro, o resultado do dinheiro que eles mesmos investiram. Com isso, a cidade de Ipatinga acaba prejudicada.
POSIÇÃO PESSOAL
Indagado como avalia a situação na condição de árbitro e mediador do debate entre os acionistas, Nardyelo manifesta uma posição particular:
– A Câmara não recebeu os dois (grupos Nippon e Ternium) para fazer julgamento. O que me assustou foi a diferença de informações, mas uma coisa é certa: eu, como Nardyello, vi os japoneses com mais condições de negociação, mais maleabilidades do que os italianos, principalmente na negociação que diz respeito aos nomes de Romel e Sérgio Leite para conduzir a siderúrgica.
