Chapa majoritária de oposição em Coronel Fabriciano será formada pelo PCdoB e PSD; convenção oficializou dupla (Crédito: Gizelle Ferreira)
FABRICIANO – Uma ampla frente de oposição foi formada em Coronel Fabriciano para enfrentar o Partido dos Trabalhadores. Encabeçada pelo PCdoB, com o deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB) como candidato a prefeito, a chapa tem o PSD como vice – o vereador Francisco Pereira Lemos – e reuniu ainda PSB, PMN, PTB, PV, PMDB, PSL, PRTB, PSDB, PR, DEM, PHS, PSOL, PPS, PSC, PDT e PTN. O PTdoB, ao contrário do divulgado ontem, ainda não definiu seu apoio, mas havia forte tendência de fechar com o grupo de Celinho.
A articulação teve a influência do secretário de Estado Alexandre Silveira (PSD), que afirmou estar defendendo a hegemonia política do Governo do Estado – do PSDB – nas cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço. O grupo lembra a “frente suprapartidária” construída por Silveira em Ipatinga em 2010 – que culminou com a vitória de Robson Gomes, então no mesmo partido do secretário de Estado, o PPS.
Até a última quinta-feira (28), havia três pré-candidatos em Fabriciano: Celinho, Lemos e a petista Rosângela Mendes, que tem como principal cabo eleitoral o prefeito Chico Simões – em seu segundo mandato consecutivo. Após a interferência de Silveira, Lemos abriu mão de disputar a vaga no Executivo para apoiar a candidatura de Celinho.
ESTADO
Em entrevista, Lemos disse reconhecer que Celinho se estruturou melhor para a campanha. Ele contou que foi chamado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB), que o convenceu de que Celinho seria o melhor nome para disputar as eleições contra o PT, já que o governo tem interesse na prefeitura de Fabriciano. “Eu sou um homem público e desprendido de vaidade e ambição pessoal. E de forma muito tranquila eu sacrifiquei um projeto que acreditei durante toda a minha vida e abri mão para a candidatura de Celinho, que acredito estar mais estruturado”, disse.
Sobre uma possível divisão de seu eleitorado, que ficaria insatisfeito com a aliança com Celinho, o ex-delegado disse acreditar em seus eleitores. “Eu acho que o povo vai entender o meu sacrifício em função de um projeto maior”, afirma Lemos.
PENDÊNCIA
Apesar da confiança em levar a prefeitura de Coronel Fabriciano, uma pendência de Celinho com a Justiça Eleitoral por abuso de poder político e econômico, registrado nas eleições de 2008, pode atrapalhar o registro da candidatura de Celinho. Ontem, durante as convenções, ele disse estar confiante que é elegível e que não tem nenhum problema com a justiça. “E quero dizer: não vou e nem precisarei tirar minha candidatura. Eu tenho certeza que essas pessoas que querem pregar essa possibilidade querem é distorcer os fatos e criar insegurança. Quando a candidatura estiver registrada, aí eles mostram para a população se a justiça acatou ou não”, desafia Celinho.
PROPORCIONAIS
Até o final da tarde de ontem, a pretensão da frente suprapartidária era formar até seis coligações proporcionais para lançar entre 160 e 170 candidatos a vereador. Contudo, as legendas ainda não haviam definido as proporções de gênero. Agora, os partidos devem respeitar os percentuais mínimo e máximo de 30% e 70% com candidatos do sexo feminino ou masculino. A convenção que homologou a chapa majoritária foi realizada na Escola Estadual Deolinda Coelho, pela manhã.
