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Movimento integralista vê bom momento para difusão de suas ideias

Com lema copiado por Bolsonaro, movimento com ligações fascistas já teve mais de 200 mil filiados

Criado há oito décadas, e dado como morto incontáveis vezes, o movimento integralista brasileiro segue vivo. “Deus, Pátria e Família”, lema da Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento fascista e anticomunista fundado por Plínio Salgado em 1932, em São Paulo, que atraiu milhares de simpatizantes em todo o país. A fase áurea ficou perdida no passado, mas os atuais líderes renovam seus quadros, mantêm boas relações com políticos e consideram o cenário atual propício para a difusão de suas ideias.

Hoje o principal núcleo do movimento é a Frente Integralista Brasileira (FIB). Fundada em 2005, possui fortes vínculos com o PRTB, partido do general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro.

FASCISMO 

Pesquisadores definem o integralismo como um movimento de inspiração fascista, caracterizado por um nacionalismo autoritário, pela defesa de valores religiosos e tradicionais e pela rejeição do modelo de democracia liberal. As ideias são resumidas no lema “Deus, Pátria, Família”.

AIB

A AIB, assim como outros partidos ou grupos políticos, foi extinta em 1937, na instauração do Estado Novo de Getúlio Vargas. O segundo grande golpe veio com a morte de Plínio Salgado. Nas décadas seguintes seus seguidores tentaram preservar a doutrina por meio de várias iniciativas, todas de curto fôlego pela falta de continuidade ou aderência expressiva.

2020

Restam hoje alguns núcleos espalhados pelo país, sendo a FIB o mais articulado deles.

Em 2020, os neointegralistas pretendem também participar das eleições municipais com o lançamento de candidatos em várias cidades, todos para o Legislativo. A ideia é concorrer preferencialmente pelo PRTB, de Levy Fidelix, de quem a FIB se aproximou em 2018 e pelo Patriota, cuja carta de fundação foi redigida por um integralista, o funcionário público Paulo Fernando Melo da Costa, vice-presidente da legenda no Distrito Federal.

A aposta mais ambiciosa do movimento é na volta do Prona, o partido fundado pelo médico Enéas Carneiro (1938-2007), candidato à Presidência em 1989, 1994 e 1998 e reverenciado pelos nacionalistas conservadores e pelos neointegralistas.

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