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Ministro enfrenta artilharia pesada de Gleisi Hoffmann

A deputada e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) Gleisi Hoffmann foi uma das parlamentares que “pegou pesado” com Sérgio Moro. Ela fez uma série de indagações, mas a maioria ficou sem resposta.

Leia a íntegra de sua inquirição:

“É muito bom ver o senhor sentado aí na frente sendo inquirido pelos parlamentares, assim como foi no Senado. O senhor, um juiz, hoje ministro do Bolsonaro, arauto da moralidade, que inquiriu muita gente, às vezes de forma arrogante como fez como presidente Lula e condenou-o antes de julgar. É verdade que o senhor não está sendo investigado, mas o senhor tem processo de julgamento no STF por suspeição num habeas corpus do presidente Lula. E também não é verdade que o senhor sempre age corretamente ou que só recebe críticas de quem é contra a Lava Jato. Quero lembrar aqui que tem decisões judiciais suas já foram cassadas. Aliás, tem uma ação de 2008 que anulou uma operação que o senhor coordenava que era a Operação Por do Sol (chamada Sundow pela Lava Jato), por escutas ilegais e tempos ilegais destas escutas. Recentemente o STF considerou ilegais as conduções coercitivas. Só o Senhor fez mais de 257, com certeza, muitas desnecessárias como foi a do presidente Lula, porque a lei é clara: diz que as pessoas tem que ser chamada 2 vezes pra depor, se ela se negar tem que ter a condução coercitiva.

O senhor nunca chamou o presidente Lula, mas o senhor sabia que o Queiroz foi chamado duas vezes e não foi? O senhor acha correto a justiça do Rio não fazer a condução coercitiva do Queiroz? O senhor levou um corretivo grande do [ministro do STF] Teori [Zawasky, já falecido] quando do grampo do presidente Lula com a presidenta Dilma. Como se trata de uma presidenta da República, o senhor tinha que ter remetido para o STF e o sr. não fez e vazou num horário que estava ilegal. Depois o ministro considerou ilegal e o sr. pediu desculpas. Ele morreu e o sr. voltou a dizer que o grampo era legal. Por que o sr. mentiu para o ministro Teori? Por que o senhor escondeu informações do STF?

Quero também lhe dizer que o advogado da Odebrecht, Taclan Duran denunciou o advogado Marlos Aires de ser extorquido em mais de R$ 600 mil e mostrou o depósito para o jornalista Jamill Chad. Ele também acusou o advogado Zucoloto. Isso é sobre a Odebrecht. Eu quero lhe fazer umas perguntas bem objetivas: o senhor diz sim ou não, pode ser com a cabeça. Sua esposa Rosangela Moro trabalhou ou teve escritório com os advogados Marlos Aires e Carlos Zucoloto? Sim ou não. Gostaria que o Sr. respondesse agora, objetivamente (a fala provoca burburinho plenário e Gleisi diz que se o ministro quiser ele pode responder:  ‘Porque não, se ele não tem nada a temer’, diz). Outra pergunta:  o senhor ou sua esposa mantém ou mantiveram alguma conta no exterior? Sim ou não? Já receberam direta ou indiretamente valores do exterior? O ser já fez viagens ao exterior acompanhado do advogado Zucoloto? Sim ou não? Ele já fez pagamentos em favor do Sr. nestas viagens (passagens, hospedagens, restaurantes)? Sim ou não?”

O bombardeio de Gleisi Hoffmann, em sua maior parte ficou sem resposta. Moro limitou-se a responder que não tem conta no exterior, que a pergunta “era uma maluquice” e que não era ele o corrupto. Posteriormente, em intervenção do deputado Rui Falcão admitiu que esposa trabalhou no escritório de Zucoloto.

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