Ícaro reagiu ao assalto e por isso foi alvejado, declarou menor apreendido
IPATINGA – Um menor apreendido na noite da última sexta-feira (19) confessou à polícia ter matado a tiros o médico Ícaro Ferginando Marcelino de Paula, 25 anos, no dia 16 de setembro. O jovem de 17 anos contou friamente que atirou contra o médico depois que ele reagiu ao assalto. A confissão do adolescente foi colhida na 1ª Delegacia Regional de Ipatinga pelo delegado de Caratinga que investiga o caso Almir Logan.
Em entrevista ao site “Plox”, o garoto disse que estava em companhia de outras quatro pessoas quando abordou o médico e a namorada dentro de um carro. Ameaçando as vítimas com um revólver, o jovem ordenou que os dois ficassem no banco de trás do veículo, quando seguiram para a estrada de acesso à Revés do Belém. “Nós pegamos ele e a mulher, e fomos até uma “quebrada”. Foi quando ele reagiu, disse que a arma não tinha bala e pulou em cima da gente. Aí, nessa hora eu tive que atirar”, conta.
CULPA
O rapaz disse que está arrependido pelo que fez, mas aponta um culpado para desfecho trágico. “A culpa foi dele (médico) que reagiu, ficou resmungando e depois pulou na “peça” (arma). Eu não queria fazer aquilo, não. A intenção era só pegar o carro e deixar os dois amarrados em algum lugar”, relata. O menor acrescentou que enquanto o médico era assassinado, a namorada dele se escondeu em um matagal.
Além do menor que confessou ter atirado no médico, outros dois adolescentes foram apreendidos.
VERSÕES
A confissão do adolescente confirma a versão contada pela namorada do médico à polícia. Com isso, o delegado Almir Logan está perto de concluir o desfecho da história. Outras duas pessoas – que teriam participação no latrocínio – já foram identificadas pela polícia, sendo inclusive um maior de 18 anos, mas, ainda não foram presas. Segundo o delegado, todos os acusados são da região do Vale do Aço. Após colher o depoimento do infrator confesso e de outro menor, o policial retornou a Caratinga, mas, deverá retornar a Ipatinga ainda esta semana.
O CASO
O médico foi morto em um suposto assalto no dia 16 do mês passado, no trevo de Revés do Belém, depois que saiu de uma festa no Residencial Porto Seguro, acompanhado da namorada. Dois tiros acertaram a vítima, que morreu no local.
Desde o início das investigações, a Polícia Civil trabalha com a hipótese de latrocínio – roubo seguido de morte. Embora o bem material principal do médico não tenha sido levado – o carro -, a polícia acredita que a intenção dos envolvidos era roubar o veículo, porém algo no decorrer do assalto deu errado. “O roubo fugiu do controle dos autores. A morte do médico não estava nos planos dos assaltantes”, considera o delegado.
