Álbum Pessoal
FABRICIANO – A Polícia Civil de Coronel Fabriciano investiga o estranho assassinato da cabeleireira Mariza Gonçalves Fialho, 33 anos, na noite de quinta-feira (22), próximo à ponte Mauá. A única testemunha e também suspeita, é o marido da vítima. Maurílio Bretas Lage, 56 anos, que encontra-se detido desde ontem para prestar esclarecimentos sobre o caso.
No dia do crime ele contou à Polícia Militar que ele e a esposa estavam a caminho de um motel quando foram cercados por dois homens que anunciaram um assalto. Ainda de acordo com marido, o garupa da moto desceu e pediu que ele saísse do carro e se ajoelhasse.
Maurílio contou ainda que durante a abordagem, o homem que estava na garupa, assustou-se quando Mariza – que estava no banco do carona correu – e efetuou vários disparos em direção à mulher. O marido de Mariza não soube dizer como ou por onde os supostos criminosos teriam fugido. No bolso da calça de Mariza foram encontrados aproximadamente mil reais, cheques e nos dedos dela havia alianças e anéis. Nada foi levado do local do crime.
Maurílio e Mariza tinham um filho adotivo de sete anos. Eles eram casados e chegaram a se separar, mas depois acabaram reatando o relacionamento que era conturbado por causa de dinheiro.
CONTRADIÇÕES
Durante o depoimento, Maurílio apresentou diversas contradições acerca do ocorrido. A primeira delas é que ele disse que ligou para o 190 da PM e que havia sido orientado a não socorrer a vítima. No entanto, a polícia verificou que não houve nenhuma ligação neste sentido.
No celular de Maurílio também não havia registro de ligação para o serviço de emergência da PM. Depois ele afirmou que não se lembrava de ter ligado e não sabe por que não socorreu a esposa.
O homem ainda contou à polícia que ficara de joelhos atrás da porta do carro, depois disse que na verdade estava a uns três metros de distância do veículo. Na terceira vez informou que não ficou de joelhos.
Maurílio também contou que a esposa tomava sorvete quando foram abordados e que ela tinha saído correndo do automóvel. Perto do corpo a polícia achou um copo com mais da metade do sorvete com uma colherzinha dentro, o que leva a polícia entender que o copo tenha sido colocado propositalmente. Para a polícia, o copinho deveria estar perto do carro, se Mariza realmente tivesse saído correndo.
TESTEMUNHAS
A polícia conseguiu encontrar uma testemunha que estava próximo do local. Ela disse à polícia que ouviu três tiros e um grito de mulher pedindo socorro e, que ao se aproximar para ver o que estava acontecendo, disse ter visto apenas o carro. Ainda conforme a testemunha, não havia ninguém por perto e que não ouviu nenhum barulho de moto.
Um homem – ouvido como testemunha pela polícia – informou que Maurílio tinha deixado o filho com ele, alegando que iria com a esposa em uma reunião de representação de cosméticos. Para a perícia técnica, a localização das perfurações no corpo de Mariza leva a crer que ela foi alvejada pela frente e pelas costas.
DETIDO
Maurílio foi detido como sendo o principal suspeito pela morte da esposa. Ele ainda está sendo ouvido pelo delegado responsável pelo caso, Jorge Caldeira. A PC trabalha com duas hipóteses: a tentativa de roubo e homicídio praticado pelo marido com a ajuda de uma terceira pessoa que ainda não foi identificada. “Até o fim da tarde teremos a resposta sobre o que acontecerá com Maurílio. Por enquanto ele está sob nossa custódia”, afirmou o delegado.
