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Mais eleitores não votariam no PSL do que no PT: 50% a 43%

Um ano após eleição do presidente direitista, PSL vai do paraíso à perdição

(DA REVISTA PIAUÍ) – Um ano após a eleição, Jair Bolsonaro conseguiu levar seu PSL, se não à ruína, certamente à perda de qualquer moral e dos bons costumes. Em 12 meses, foi do paraíso à perdição. De partido mais votado da Câmara dos Deputados, tornou-se uma legenda mais rejeitada pelos eleitores do que seu arquirrival, o PT. Pesquisa inédita do Ibope Inteligência revela que 50% dos brasileiros não votariam no PSL de jeito nenhum. A rejeição ao PT chega a 43%. Os sete pontos percentuais a menos podem parecer pouco, mas equivalem a 10 milhões de eleitores. O potencial de voto encontrado pelo Ibope Inteligência indica que, se as eleições municipais fossem hoje e não daqui a um ano, um candidato ao legislativo municipal pelo PT teria mais vantagem do que um do PSL – algo difícil de imaginar um ano atrás, quando Bolsonaro derrotou Fernando Haddad e se elegeu presidente.

Quando estava no paraíso, o PSL chegou a ser descrito como o embrião do primeiro partido popular de direita da história recente do Brasil. Recebera 11,6 milhões de votos para deputado federal na eleição de 2018 e conquistara 52 cadeiras, a segunda maior bancada da Câmara. Na perdição, o PSL é chamado de laranjal – pelo uso e abuso de candidaturas laranjas –, serve de ringue para uma luta por dinheiro e poder entre a família Bolsonaro e Luciano Bivar (presidente e fundador do partido), e, esta semana, foi comparado pela sua maior estrela a um bando de “hienas” – que, junto com o PT, a CUT e o Supremo Tribunal Federal, estariam acossando o presidente da República, que se autorrepresentou como um leão solitário. O vídeo foi publicado nas mídias sociais e depois tirado do ar pelo próprio Bolsonaro, que se disse arrependido do gesto em mensagem enviada a Dias Toffoli, presidente do Supremo. O ato de contrição convenceu pouca gente.

A “hienização” do PSL promovida pelo clã Bolsonaro custou muito caro à organização partidária. Apenas 12% dos eleitores brasileiros votariam hoje com certeza no partido do presidente. É menos da metade dos 27% que declaram que votariam com certeza no PT. As duas siglas se equivalem apenas na taxa dos eleitores indecisos: 27% afirmam que poderiam votar no PT, e 29%, no PSL. O resultado sugere que, embora ainda guarde alguma força eleitoral, dificilmente a bancada de vereadores a ser eleita pelo partido comandado por Bivar chegará perto da bancada petista ou da de outros partidos cuja base municipal tem capilaridade, como o MDB.

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