Euler Júnior/EM/D. A press
BH – Vanderlei Luxemburgo chegou ao Cruzeiro com discurso parecido ao da despedida do Flamengo, há alguns dias. Reclamou das demissões constantes de treinadores no Brasil e, ironicamente, citou a saída do bicampeão brasileiro Marcelo Oliveira como mais um exemplo da cultura nacional de se jogar a culpa por insucessos em um só profissional. Mas, diante do convite feito pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares, passou a sonhar grande. O tri do Brasileirão, de forma consecutiva, é sua meta já para esta primeira temporada.
O contrato de Vanderlei com o Cruzeiro vai até o fim de 2016.
Luxemburgo foi incisivo e afirmou que não vai admitir jogadores acomodados na Toca da Raposa II. Sobre contratações, disse que vai avaliar o elenco. Também brincou ao dizer que ainda não teve tempo de ligar para o atacante Robinho, especulado no clube celeste.
RETORNO
“Voltar é uma satisfação muito grande, tive bastante êxito trabalhando aqui, fiquei muito marcado. Mas agora volto em um momento difícil, O time não está como a diretoria espera, e substituir o Marcelo, que é um amigo, tenho todo respeito por ele, é uma rotina de futebol, as trocas são constantes. Eu estava no Flamengo e agora estou aqui, então esta rotina é constante”, afirmou.
“É importante dar uma continuidade ao trabalho, somar meu conhecimento, a experiência que tenho. E temos que traçar objetivos grandes para o clube. Depois de chegar lá na parte de cima da tabela, por que não sonhar com o tri?”, acrescentou.
PORTA ABERTA
Vanderlei Luxemburgo acompanhou o jogo desta quarta-feira contra o Flamengo, no Mineirão, e disse que cobrará comprometimento dos jogadores. Antes de ser apresentado, ele conheceu o grupo e teve uma conversa com os atletas. O recado foi claro: quem não estiver satisfeito pode deixar a Toca II.
“Vou conversar com os jogadores e ver o que pode ser feito. A maior mudança é a de comportamento. Tem que incomodar, não podemos ficar acomodados. Quero descobrir se eles estão satisfeitos com o bi do Cruzeiro ou se tem alguma proposta”, afirmou.
IRRITAÇÃO
Questionado sobre a fase atual da carreira, o treinador demonstrou certa irritação. Comparou a sua trajetória com as de Mourinho e Ferguson, ao falar sobre a dificuldade em ganhar grandes títulos. A última grande conquista do treinador foi em 2004, quando venceu o Brasileirão pelo Santos.
“Vocês mensuram a capacidade do técnico não pela carreira, mas pelo momento. Tenho capacidade. O Ferguson, por exemplo, ficou 30 anos no Manchester e ganhou duas Champions. Mourinho tem quanto tempo que não ganha? Eu não deixei de ser bom profissional, de trabalhar. Coloquei quase todos os clubes na Libertadores desde que saí do Cruzeiro. A imprensa avalia muito o momento”, disse.
