Cidades

Lideranças lamentam novo atraso na duplicação da 381

Ainda não há previsão de quando o processo de licitação da duplicação da BR-381 será retomado: enquanto isso, via faz jus ao apelido de Rodovia da Morte e continua provocando muitos acidentes      (Arquivo DP)

IPATINGA – A notícia da suspensão do processo licitatório do primeiro lote de obras de duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte a Governador Valadares, foi recebida no Vale do Aço como uma ducha de água fria pelas lideranças empresariais que sonhavam com o começo da empreitada a partir de março.
Reportagem veiculada pelo jornal Estado de Minas na edição de terça-feira (22) mostra uma série de questionamentos das empresas que se habilitaram a participar da concorrência pública.

Luciano Araújo, presidente da Fiemg Regional Vale do Aço, lamentou o ocorrido e confirmou a mobilização para a realização de um encontro em Brasília junto com outras entidades para cobrar do DNIT um novo cronograma. “A notícia da suspensão das licitações foi uma triste surpresa. Já estamos tentando uma reunião em Brasília, a fim de agilizar a retomada das licitações. É inadmissível permitir que mais pessoas se tornem vítimas dessa rodovia”, declarou.

O presidente da Federaminas, Wander Luis, também reforçou a necessidade de cobrar dos deputados federais e estaduais apoio para que o órgão federal reveja os problemas apontados no projeto executivo das obras. “Para nós da região essa foi uma notícia ruim, tendo em vista que essa novela da rodovia se arrasta há mais de 20 anos. Estamos na expectativa, pois a região carece de investimentos, não só pelo ponto de vista do desenvolvimento regional. Mas a principal questão é pensar nos acidentes que precisam ser evitados”, avaliou.

Wander reforçou que muitos empresários mineiros e de outras partes do país não fazem investimentos na região do Vale do Aço em função das dificuldades de logística, principalmente pelas más condições das estradas. “A duplicação da rodovia 381 deixou de ser um problema apenas do Vale do Aço, e tomou proporção estadual. Todos precisam abraças essa causa, não apenas os deputados federais e estaduais, mas também a Federaminas, a Fecomério e a Fiemg”, concluiu.

PROBLEMAS
Conforme a reportagem do jornal da capital mineira, as empreiteiras que se habilitaram para participar da primeira fase processo licitatório 654/2012 do DNIT acabaram protocolando um pedido de impugnação à concorrência pública. Elas alegaram que há ilegalidades, equívocos técnicos e omissão nos projeto de duplicação da rodovia, o que levou o presidente da Comissão de Licitação do DNIT, Arthur Luís Pinho de Lima, a suspender oficialmente o processo na segunda-feira (21).

A concorrência abrangia os seis primeiros lotes das obras de duplicação que compreendem os trechos de Belo Horizonte a Caeté, São Gonçalo do Rio Abaixo a João Monlevade e ainda Nova Era a Jaguaraçu.
As construtoras que pediram impugnação do edital afirmaram que o DNIT não forneceu os estudos geotécnicos e relatórios de avaliação ambiental, considerados imprescindíveis para o início do processo licitatório.

A Construtora Aterpa M. Martins disse não ser possível levantar os custos da obra sem os estudos técnicos. O empreiteiro também apontou que a duplicação vai interferir no traçado original da Estrada de Ferro Vitória-Minas.
A ampliação na rodovia também pode provocar interferência nos cabos de fibra ótica das empresas de telecomunicação e redes de esgoto dos municípios ao longo da BR-381.

O Dnit não informou as empreiteiras ainda sobre os acordos feitos com as Prefeituras em caso de intervenção na infraestrutura que ocasione suspensão de serviços municipais. A Servix Engenharia S/A reivindicou que as informações devem dar condições aos licitantes de preverem gastos com os volumes reais de terraplanagem, necessários em vários trechos da obra de duplicação.

 


Em 2010, Silveira afirmou que não teria coragem de voltar a olhar nos olhos dos eleitores se, em 2014,
rodovia não tiver começado a ser duplicada

Deputado prometeu deixar a vida pública se obra não sair do papel
Ipatinga
– A previsão do governo federal era de que as obras de duplicação da BR-381começassem no primeiro semestre de 2013. A data foi anunciada pelo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, durante visita ao governador Antonio Anastasia (PSDB) em 31 de outubro no Palácio Tiradentes.

Em nota, o deputado federal Alexandre Silveira, que fez da duplicação da rodovia sua bandeira de mandato, reafirmou na tarde de ontem o seu compromisso e luta pela duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Vale do Aço. “A presidenta Dilma Rousseff assumiu e garantiu a obra como uma das prioridades do seu governo e, eu continuo, juntamente com os mineiros e as pessoas que dependem dessa rodovia, a acreditar na realização dessa obra”, informou ontem ao tomar conhecimento do adiamento da licitação dos primeiros lotes da duplicação. Hoje secretário estadual de Gestão Metropolitana, Silveira informou que na próxima sexta-feira, 25 de janeiro, o ministro de Transportes, Paulo Sérgio Passos, anunciará a nova data para abertura dos envelopes com as propostas para duplicação da BR-381.

“Caso concluirmos, juntamente com os mineiros e o Governo do Estado, que o prazo para obras está se dilatando, estaremos prontos para mobilizar toda a sociedade para cobrar este tão importante compromisso com Minas”,

Promessa
Em 2010, logo após vencer as eleições para a Câmara dos Deputados, Alexandre Silveira afirmou que só disputaria nova eleição se a BR-381 estivesse sendo duplicada.

“Não teria coragem de voltar a olhar nos olhos dos eleitores, daqui a poucos anos, com a rodovia que mais ceifa vidas no Brasil e que impede o crescimento econômico de uma região tão próspera como o Vale do Aço e o Leste de Minas Gerais sem duplicar”, afirmou, para em seguida prometer que deixaria a vida pública caso a duplicação não se concretizasse ainda nos quatro anos de seu mandato.

“Queremos estar em Brasília, defendendo intransigentemente o que nos comprometemos durante todos esses anos e, de forma especial, agora nessa eleição”, afirmou. Pouco depois, ele assumiu o cargo no Governo do Estado.

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