Policia

Legistas dizem que prisão de colega foi ato arbitrário

Da esquerda para direita: Felipe Feitosa, Sérgio Maurício e Chico Simões, legistas do IML que defenderam o colega de profissão     (Crédito: André Almeida)

IPATINGA – Médicos legistas que atuam no Vale do Aço declararam nesta sexta-feira (26) repúdio à prisão do colega de profissão José Rafael Americano, ocorrida na semana passada. Americano foi preso supostamente por envolvimento em um crime que ficou conhecido como Chacina de Revés do Belém, onde corpos de quatro jovens foram encontrados com perfurações de tiros e já em estado de decomposição.

Entretanto, o médico, que afirmou não ter envolvimento no caso, foi solto na noite da última quarta-feira (24) da casa de custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte, onde permaneceu por cinco dias. Aos amigos, José Rafael teria dito não saber o real motivo de ter sido preso e que estaria magoado com a situação. Ele vem preferindo se reservar e não conversar com a imprensa sobre o ocorrido. Seus colegas que atuam no Instituto Médico Legal (IML), porém, quebraram o silêncio e reuniram a imprensa regional para manifestarem posicionamento acerca da prisão.

SERIEDADE
Para o ex-prefeito de Coronel Fabriciano e também legista, Chico Simões, o IML é uma instituição séria e respeitada e o médico preso é um profissional de boa índole e com bons serviços prestados.

Já o legista Felipe Feitosa afirmou que os profissionais da categoria estão apreensivos com o quadro instalado na região: “fica a apreensão porque nós não sabemos o motivo da prisão nem o motivo da soltura dele (José Rafael). O que a gente sabe é que o IML é o órgão, talvez, com maior transparência da Polícia Civil atualmente. Então, quando isso acontece, a gente se sente acuado. Eu hoje tenho esse sentimento de ansiedade, de apreensão”, afirmou.

IMPRENSA
Uma das mágoas de José Rafael e também dos colegas de profissão teria sido com o tratamento dado pela imprensa, em especial pelos jornais de fora da região, ao caso. Na terça-feira (23) o jornal O Tempo publicou reportagem onde afirma que o legista foi preso por fraudar o laudo que confirmava que o soldador Natanael Alves de Abreu, morto no fim do ano passado, havia sido torturado. A informação, segundo a própria matéria, foi repassada por representante do alto escalão da Polícia Militar. Entretanto, o DIÁRIO POPULAR, em sua edição da última quinta-feira (25) desmentiu o jornal da capital mineira, apresentando os laudos originais da ocorrência.

DESCULPAS
A soltura do médico, segundo os colegas, foi providenciada pelo mesmo juiz que determinou sua prisão. O magistrado não teve o nome revelado, mas o colega Felipe Feitosa acredita que a liberação de Americano teve um motivo simples:

“O fato que culminou na prisão dele não existe mais. Então, revoga-se a prisão”, afirmou.
A alguns amigos, José Rafael confidenciou que, no ato de sua soltura, recebeu de um dos delegados envolvidos na investigação um pedido de desculpas. A Polícia Civil, até o momento, não confirma nenhum dos fatos envolvendo o nome de José Rafael Americano.

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