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Irreverência marca desfile do Galo da Madrugada nas ruas do Recife

RECIFE – O sábado de carnaval em Recife começou com o tradicional desfile do Galo da Madrugada. Desde o início da manhã, os foliões se aglomeraram para a saída do bloco, considerado o maior do mundo.
Nas proximidades da sede da agremiação carnavalesca, a multidão começou a se aglomerar por volta das 7h, esperando o desfile do bloco pelas ruas do centro do Recife que começou, oficialmente, por volta das 9h30.
Irreverência e alegria são características do Galo da Madrugada, que reúne outros blocos carnavalescos. É o caso do grupo de amigos do bloco Tô Perdido, que este ano resolveu sair com o tema Sofrência, abordado em músicas românticas. "Eu tô procurando alguém pra sair da solidão, vou aproveitar o carnaval pra buscar minha paixão", brincou a técnica em segurança do trabalho Etacíria Ramos, que "dirigia" a alegoria do bloco.
Além das tradicionais fantasias de passista de frevo, o carnaval no bloco também teve espaço para a crítica social. O comerciante Taíldo Barbosa incorpora, há nove anos, o personagem Zé Cariri Pernambucano, no Galo da Madrugada.

PETROBRAS

Este ano, vestido de petroleiro, o folião trouxe um caixão e abordou as denúncias envolvendo a Petrobras. "Esse caixão provoca muitos sorrisos nas pessoas, mas também lembra um pouco as situações sérias vividas pelo país", disse.
Em cima do caixão, transformado em caixa de som, há um cartaz com os dizeres "Honesto só Pedro Brás". Segundo ele, o personagem fictício é o único honesto de Pernambuco. "Sempre procuro trazer um pouco de sátira para o carnaval", acrescentou.
A folia também abriu espaço para tratar da diversidade. É o caso do artista plástico Luzarcus. Em uma fantasia rosa, ele encarnou o Capitão G. "G de gostosinho, de gulosinho, de goiabinha, de gordinho, de gay", explicou.
Ao longo do percurso de cerca de 6 quilômetros, os foliões se aglomeram entre os 30 trios elétricos que tocam nove horas de muito frevo e outros ritmos brasileiros, sem parar. Eles seguem o abre-alas formado por um galo gigante que movimenta as asas, vestido nas cores roxa, vermelha e dourada.

HOMENAGENS

Seis carros alegóricos ornamentam o trajeto do Galo, cujo tema este ano é Asas da América, Asas para o Frevo. O homenageado é Carlos Fernando, compositor caruaruense, responsável por uma coletânea de discos long play (LP) com diversos frevos, que contribuíram para popularizar o ritmo.
O escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, o cantor Luiz Gonzaga e o ex-governador do estado Eduardo Campos também são homenageados pelo bloco.

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