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Greve paralisa atividades na rede municipal de Ipatinga

IPATINGA – A greve dos educadores e educadoras da rede municipal de Ipatinga completou 11 dias nesta sexta-feira (31) com adesão de cerca de 100% das escolas. A informação é da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores (as) em Educação (Sind-UTE). Além da rede municipal, a greve atinge também a rede estadual de ensino desde o dia 15 de março, quando foi convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores (as) em Educação (CNTE) o primeiro ato de protesto contra a reforma da Previdência.

AULAS PÚBLICAS
A greve em Ipatinga foi deflagrada por tempo indeterminado e atinge picos de paralisação durante as convocações de atos nacionais ou assembléias estaduais, como ocorreu nesta sexta feira. Segundo a diretora do Sind-UTE, Cida Lima, o movimento está contando com
o apoio e solidariedade da comunidade escolar e da cidade.
Os educadores estão utilizando o período de greve para realizar aulas públicas contra a reforma da Previdência, explicando os principais pontos do projeto, como as novas regras de contribuição e aposentadoria. De acordo com o projeto do governo Temer, para se aposentar aos 65 anos, os trabalhadores tem que ter contribuído com a Previdência desde os 16 anos de idade, ininterruptamente.

RPPS

A greve da rede municipal é motivada por uma extensa pauta de reivindicações, cujo ponto central é o Regime Próprio de Previdência dos Servidores (RPPS), que vem sendo debatido desde o ano passado e atualmente se encontra em diligência – isto é, sua tramitação na Câmara foi interrompida para que o Executivo esclarecesse dúvidas no projeto.
A falta de abertura e diálogo com o governo municipal foi outro motivo que levou à deflagração da greve. Só nesta quinta-feira um grupo de educadores conseguiu se reunir com o secretário municipal de Educação Jesus Nascimento para discutir o pagamento dos dias de paralisação. Entretanto, conforme nota do Sind-UTE, o secretário não se posicionou sobre o assunto e, tampouco, sobre a agenda de negociação da campanha salarial, alegando que trata-se de uma decisão de governo, o que demandaria uma reunião com demais integrantes da administração. Um novo posicionamento da Secretaria de Educação ficou marcado para a segunda-feira (3).

CERCEAMENTO
Durante o encontro, a comissão de educadores também denunciou atos abusivos realizados por representantes da equipe gestora da Secretaria Municipal de Educação que caracterizam o cerceamento do direito de greve. “O secretário afirmou que não ordenou nem autorizou que qualquer pessoa da Pasta o fizesse.Também afirmou que não tivera conhecimento do ofício protocolado pela direção do Sindicato tratando do assunto”, diz a nota.

ESTADO
Enquanto a negociação da campanha salarial na rede pública de Ipatinga continua “empacada”, em nível estadual os trabalhadores em educação já avançaram em alguns pontos. Além de abrir o diálogo e a negociação, o governo do Estado já assumiu o compromisso de manter as nomeações do concurso público de 2014 (até 15 de abril deve sair mais um lote de nomeações), manutenção dos concursos públicos, pagamento de adicional de 5% retroativo a janeiro, reajuste do piso salarial a partir de julho, incorporação de abonos e não-corte dos dias parados.

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