Cidades

Greve na região atinge Judiciário, MP e bancos

(DA REDAÇÃO) – A greve dos bancários paralisou ontem praticamente todas as agências de bancos públicos e privados de Ipatinga e Timóteo. Em Coronel Fabriciano, abriram as portas apenas as agências do Itaú e Santander. A informação é do presidente do Sindicato dos Bancários do Vale do Aço, José Carlos Bragança.

Segundo o dirigente sindical, a categoria está aberta às negociações, mas os banqueiros insistem em não atender às reivindicações. “É lamentável que as contrapropostas dos banqueiros sejam provocações aos trabalhadores. O setor que mais lucra no País não se dispõe a atender itens que são direitos dos bancários”, diz Bragança, atribuindo aos banqueiros a responsabilidade pela não abertura das agências.

Em assembleia, a proposta apresentada pela Fenaban de 5,5% de reajuste mais R$2.500,00 de abono foi rejeitada por unanimidade. “Esta proposta foi uma verdadeira provocação dos banqueiros a nossa categoria e a resposta foi um sonoro não”, diz Bragança. Segundo ele, “somente os cinco maiores bancos tiveram um lucro de mais de 33 bilhões no primeiro semestre deste ano”.

REIVINDICAÇÕES

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), PLR de 3 salários mínimos mais R$ 7.246,882 de parcela fixa adicional, piso salarial de R$ 3.299,66 (salário mínimo do DIEESE), vales alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$ 788 cada (salário mínimo nacional); vale-refeição de R$ 34,26 ao dia; 14º salário; entre outras.

MP E JUDICIÁRIO
Servidores do Judiciário e do Ministério Público em greve fizeram manifestação ontem e anteontem no Vale do Aço. A primeira ocorreu durante a apresentação do Processo Judicial eletrônico (PJe), em Coronel Fabriciano. Ontem foi realizada outra manifestação na praça Três Poderes, em Ipatinga. Durante as manifestações, além de apresentar as reivindicações da categoria, os servidores criticam a “crise seletiva” do orçamento do MP e do Tribunal de Justiça, que apresentaram projeto à Assembleia Legislativa reajustando seus salários, mas alegam crise orçamentária para atender às reivindicações dos servidores.

DISCREPÂNCIA
Os servidores denunciam que o resultado da Promoção Vertical 2014, divulgado na quinta-feira (14), demonstra que a atual Administração do TJ congelou a carreira dos servidores. Cerca de 3 mil e 700 servidores que se inscreveram na PV e menos de 20% foram promovidos.

Segundo levantamentos feitos pela categoria, em termos de salários mínimos, em 2000, os desembargadores recebiam, aproximadamente 39 salários mínimos; em 2015, isso praticamente se manteve: atual recebem 38 salários mínimos. Os juízes de modo geral também mantiveram a média: no ano de 200 recebiam cerca de 34 salários mínimos e hoje estão em 33 salários mínimos. Já os servidores do PJ 28, que é o padrão de ingresso para nível médio, e o POJ 42, que é o de ingresso para nível supeior, tiveram uma perda de quase 50% nesses 15 anos, comparam os servidores.

REIVINDICAÇÕES
Os servidores do MP e TJ reivindicam o cumprimento da Lei 18.909/2010 (data-base) no limite da disponibilidade orçamentária do Tribunal, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, e com compromisso expresso de ajustamento da eventual diferença de 8,17% (IPCA de maio/2014 a abril/2015) em 2016; formalização do acordo para compensação/anistia dos dias parados em virtude do movimento grevista realizado em 2011, com a devolução dos valores descontados; envio ao Legislativo de anteprojeto de lei instituindo o auxílio-saúde para os servidores ativos e aposentados.


Agências de bancos públicos, como a Caixa, estão fechadas


Os bancos privados também aderiram ao movimento

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