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Governo avalia empréstimo do BDMG para salvar Usiminas

BH – O ex-presidente da Usiminas e atual presidente da Companhia de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (Codemig), Marco Antônio Castello Branco, não esconde a preocupação do governo mineiro com a situação na qual se encontra a maior produtora de aço da América Latina, com quase 60 anos de mercado.

Em entrevista à reportagem de O TEMPO, Castello Branco revelou a atuação do Estado, desde o ano passado, na tentativa de mediar um acordo entre a Usiminas e bancos privados para reverter o quadro quase falimentar da empresa. Outra solução seria o aporte de capital dos sócios. No entanto, segundo o presidente da Codemig, uma saída consensual – única salvação da siderúrgica – ainda estaria longe de acontecer.

APORTE E PLANO

De acordo com Castello Branco, o governo não tem papel interventor, mas está tentando fazer uma mediação política para impedir o colapso. “O governador está muito decepcionado porque há mais de um ano o Estado tenta mediar, sem sucesso. A solução é aporte de capital. Para isso, eles precisam apresentar um plano de reestruturação, para mostrar credibilidade aos bancos, mas a Nippon (uma das controladoras da Usiminas ao lado do grupo ítalo-argentino Ternium) tem muita resistência”, afirma.

Nos esforços do governo mineiro para ajudar a salvar a Usiminas, Castello Branco revela a possibilidade de acordos fiscais mediados pela Fazenda, além da criação de uma linha de crédito via Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). “Sozinho, o BDMG não tem condições de resolver esse problema, mas, junto com outros bancos privados, qualquer ajuda é bem-vinda, e seria possível fazer um plano de recuperação”, afirma.

DESAVENÇAS
Segundo ele, desde março do ano passado, o governo tem se reunido com os sócios para tentar mediar um acordo. “Mas é surpreendente ver uma empresa tão importante totalmente imobilizada, sem conseguir andar porque os acionistas não querem ceder”, lamenta Castello Branco, que presidiu a Usiminas de 2008 a 2010.
Na opinião dele, as desavenças vão dificultar até mesmo um pedido de recuperação judicial. “Sem consenso, eles vão direto à falência. O acordo de acionistas exige que os sócios majoritários e a administração votem igual, mas eles não entram em acordo. A empresa vai acabar implodindo. Sem recursos, não vai pagar fornecedores, e eles vão deixar de entregar. E aí, a empresa vai produzir como?”

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