Cultura

Fotógrafo lança o Fuscalendário

IPATINGA – Contar os dias pelo desenrolar das fases da Lua é um fascínio dos homens que vem desde a pré-história. A necessidade de se organizar essa contagem do tempo deu origem aos primeiros calendários, orientados por astros, deuses da mitologia, por liturgias e por fenômenos da natureza. Às vésperas de 2017, ontem (19) o fotógrafo Eduardo Galetto lançou o Fuscalendário, nome de batismo do calendário de 2017 idealizado por ele e que traz fotografias de donos de fuscas e seus respectivos veículos.

Segundo Galetto, entre os mais importantes propósitos desse trabalho está o de promover a cena local voltada ao antigomobilismo, carente de iniciativas culturais e artísticas que valorizem essa cultura de preservação da história narrada pelos veículos. “Fuscalendário é um retrato vivo da história sócio-econômica e tecnológica de vários períodos. Todas as fotos reúnem elementos que ajudam a narrar um pouco da vida de cada um dono de fusca”, adianta o fotógrafo, que, antes de produzir cada foto, entrevistou os personagens do calendário, “pessoas bem diferentes, mas que comungam do mesmo interesse: a preservação e o afeto por seus antigos automóveis Fusca”, sublinha Galetto.

O fotógrafo comenta que o calendário, além do seu caráter utilitário – todo mundo precisa de um, ele tem um sentido poético de preservação da memória para além das fotografias. “Os saudosistas entendem bem esse valor dos calendários. As folhinhas sempre fizeram parte da vida do universo dos automóveis. Elas sempre foram itens comuns da decoração das paredes de ambientes ligados aos carros, como é o caso das borracharias. Quem não se lembra dos calendários Pirelli, da década de 60?”, acrescentando que, no caso do Fuscalendário, ele reúne dois objetos de identificação popular, a folhinha e o Fusca.

Fuscalendário foi produzido como trabalho de conclusão de curso de Comunicação Social, teve como referências obras como “Sobre a Modernidade: o pintor da vida moderna”, de Charles Baudelaire; e “O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov”, de Walter Benjamin.

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