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Força-tarefa atua na minimização dos problemas causados pela chuva em Ipatinga

Meteorologia prevê chuvas na cidade até o final do mês, mas com menor intensidade. Massa térmica que provocou grandes precipitações pluviométricas na região agora se desloca para o Norte e Nordeste do estado.

IPATINGA – Com mais de 200 homens mobilizados, além de caminhões, dezenas de máquinas e equipamentos, a força-tarefa criada pela Prefeitura de Ipatinga para atuar na prevenção e também dar respostas rápidas a problemas decorrentes das chuvas intensas que caem no município vem atuando ininterruptamente desde sábado (25). Neste domingo (26), desde as primeiras horas da manhã, continua trabalhando em várias regiões da cidade. A maior parte das intervenções diz respeito a desmoronamentos provocados pelo encharcamento do solo e encostas, assim como o carreamento de lama para vias públicas, provocado por cortes irregulares de terrenos.

Num período de apenas duas horas, na tarde de sábado, Ipatinga foi assolada por uma precipitação pluviométrica gigantesca de 44 milímetros. Em 12 horas, conforme medição dos pluviômetros instalados em quatro regiões da cidade, no mesmo dia, foram 111 mm e, em 24 horas, 172 mm. Nas últimas 72 horas, choveu 217 mm no município. Dias antes, já havia chovido cerca de 130 mm no curto espaço de apenas três horas. Felizmente, a previsão é de que neste domingo a chuva caia com menor intensidade e volume.

As concessionárias de água e energia elétrica, assim como empresas contratadas, atuam ao lado das secretarias municipais para socorrer chamados da população e atuar em demandas identificadas pelas equipes da Administração. Além do próprio prefeito Nardyello Rocha, titulares e servidores de todas as pastas estão empenhados, em especial as secretarias de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Segurança e Convivência Cidadã, Obras e Assistência Social. Estruturas foram montadas no estádio Ipatingão, escola Artur Bernardes, no Canaã, e ginásio Fefezão, no Ideal, para eventuais situações de desabrigo. Contudo, até o início da tarde nenhuma remoção de família dos endereços originais foi realizada ou houve registro de vítimas.

A ação de equipes dedicadas à limpeza de vias em vários pontos da cidade, em decorrência de quedas de barrancos e árvores, assim como pequenos alagamentos, tem-se mostrado ágil e resolutiva. Em relação aos equipamentos públicos, um dos locais mais afetados foi o Centro Cultural e Esportivo 7 de Outubro, no Veneza, em função do transbordamento do ribeirão Ipanema na tarde de sábado. Na comunidade, a Vila da Paz, junto ao bairro Cidade Nobre, também começou a ser invadida pelas águas no mesmo período, mas o nível do curso hídrico baixou nas primeiras horas da noite, dando alívio aos moradores. A Prefeitura providenciou neste domingo a retirada de lama, após ter atuado insistentemente junto aos residentes – e sem sucesso -, na véspera, para que deixassem a área por questão de prudência. Havia um temor das famílias de que suas casas pudessem ser saqueadas e, em caso de emergência, preferiam se refugiar em andares superiores, com apoio também de vizinhos.

A lavagem das ruas da parte mais baixa da Vila da Paz teve ainda o objetivo de proteger a população contra a formação de poeira após o volta do sol e até mesmo risco de doenças como leptospirose.

Outra frente de trabalho atuou neste domingo na zona rural, sobretudo desobstruindo estradas de acesso ao Ipaneminha, Ipanemão e Pedra Branca. Mais uma equipe de limpeza foi designada para a BR-381, próximo à Estação Ferroviária, sentido Centro/Horto, onde uma encosta cedeu, atingiu a ciclovia e também parte da pista de rolamento.

“Além desses locais, já foram desobstruídos pontos como a avenida Getúlio Vargas, no Caravelas; avenida Galileia, no Canaãzinho; a José Raimundo, nas Chácaras Vagalume. Logo após a desobstrução na zona rural, iremos providenciar a limpeza entre o bairro Limoeiro e o Parque das Cachoeiras. Um ponto também reincidente em acúmulo de lama, diante de loteamento irregular nas imediações, é a rua Tucanuçu, nas Chácaras Madalena”, pontuou o secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Agnaldo Bicalho.

DEFESA CIVIL


A Defesa Civil, ligada à Secretaria de Segurança e Convivência Cidadã, registrou 62 chamados em dois dias. Para atender às ligações dos moradores de várias partes da cidade, foram montadas seis equipes que atuam na avaliação de áreas de risco. Por medida de segurança, algumas famílias decidiram ir para casa de parentes. “Neste momento, o que nós pedimos é que ninguém faça a retirada de terra dos barrancos que cederam, porque o solo está muito encharcado, podendo ocorrer deslizamentos”, orienta o secretário de Segurança, Ednilson Emerique Caldeira.

CAUSAS E PREVISÃO


As fortes chuvas ocorridas se devem a uma frente fria que chegou no dia 22 de janeiro e que acabou se intensificando no fim de semana, estacionando principalmente no Vale do Aço. De acordo com o meteorologista Ruibran dos Reis, as últimas chuvas estão 30% acima da média histórica em termos de precipitação acumulada para este mês.

“Isso se deve à queda da pressão atmosférica no litoral da região Sudeste que chamamos de subtropical. Essa condição, aliada com a baixa pressão que já existe normalmente na Amazônia, provocou uma convergência de umidade, e as nuvens aumentaram de tamanho, deflagrando as fortes chuvas”, explicou o especialista.

Ainda conforme o meteorologista, o sistema frontal que estava estacionado no Vale do Aço já avançou para as regiões Norte e Nordeste do Estado, mantendo-se entre a divisa de Minas com a Bahia. Para os próximos dias a tendência é de muita nebulosidade, com possibilidade de chuvas isoladas, sem previsão de temporais. “Iremos ter chuva no Vale do Aço até o dia 31 de janeiro, mas nada muito significativo”, projetou.

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