Cidades

Estado anuncia Plano de Redução de Riscos para Ipatinga e Fabriciano

Leonardo Andrade, engenheiro da FIP, apresenta Plano de Redução de Riscos aos presentes

IPATINGA – Uma comissão formada por integrantes das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Copasa, Superintendência de Saúde e Governo do Estado será formada para colocar em prática ações do Plano Municipal de Redução de Riscos, que foi tema de reunião nesta quarta-feira (23).

O Plano é uma medida do Governo do Estado em parceria com a União e que irá beneficiar 11 cidades de Minas Gerais, entre elas Ipatinga e Coronel Fabriciano – Timóteo não integra a lista por já possuir um plano específico. A proposta é reduzir o número de ocorrências relacionadas a danos causados em períodos de chuva.

As ações serão coordenadas pela Agência de Desenvolvimento Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). O diretor do órgão, Thales Rezende Coelho, explicou que estão previstos o mapeamento de áreas de risco, a capacitação dos membros da comissão e elaboração de um documento ao fim do processo que será entregue para as Prefeituras às duas cidades para que estas possam executar as ações e pedir apoio do Governo Federal de forma facilitada.

Para auxiliar nos trabalhos, foram contratados os serviços da Fundação Israel Pinheiro (FIP), que tem sede em Belo Horizonte e atua na execução de programas e projetos de interesse público nas áreas de desenvolvimento urbano, desenvolvimento cultural, desenvolvimento ambiental e desenvolvimento tecnológico.

ETAPAS
De acordo com Leonardo Andrade de Souza, engenheiro da FIP e responsável pela parte técnica do Plano, duas questões precisam ser resolvidas: a primeira trata das áreas de risco ocupadas de forma inapropriada; já a segunda é referente à ação da própria população sobre as áreas territoriais e que pode gerar riscos geológicos como os de enchentes e deslizamentos.

Para tentar sanar estas questões, uma parte do Plano contempla a promoção de cursos de capacitação de todos os agentes envolvidos no processo, entre eles a população, que será orientada acerca das questões de defesa civil.
Leonardo afirmou que a equipe por ele coordenada já tem o conhecimento do crescimento desordenado das duas cidades e que até o mês de fevereiro o mapeamento destes pontos estará pronto.

PREFEITURAS
Parte importante do processo de redução dos riscos, as Prefeituras dos dois municípios foram convidadas a enviar representantes para o encontro desta quarta. No entanto, nenhuma compareceu. Para o diretor geral da agência, a ausência pode estar relacionada a questões políticas.

A Prefeitura de Ipatinga informou, por meio de sua assessoria, que a ausência de membros do Governo de Cecília Ferramenta (PT) no encontro se deu única e exclusivamente por razões de agenda dos representantes do Executivo, em função dos inúmeros problemas enfrentados pela atual Administração do município.
Disse ainda que desde o início de janeiro vem mantendo contatos diretos e permanentes com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, a Coordenadoria de Estado da Defesa Civil e a Fundação Israel Pinheiro para tratar da elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos.

O Governo também afirmou que uma das prioridades do mandato de Cecília Ferramenta é assegurar melhores condições de vida para a população e promover a atuação regional integrada de órgãos estratégicos, como é o caso específico da Defesa Civil. Neste sentido, os técnicos da Prefeitura estão empenhados em responder um amplo questionário de diagnóstico sobre as áreas de risco do município, formulado pela Fundação Israel Pinheiro.
Ainda esta semana será enviado um ofício às duas Prefeituras solicitando o envio de nomes para a composição do comitê.


Áreas perigosas são monitoradas
Fabriciano
– Nos próximos dias, deve chover acima da média na região do Vale do Aço. O aviso é do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A Coordenadoria de Defesa Civil da Prefeitura de Coronel Fabriciano alerta moradores de áreas de risco, como locais próximos a cortes irregulares de terra. Com a chuva, é comum ocorrer deslizamento e queda de barranco nessas áreas. A Defesa Civil da cidade, desde o início do período chuvoso, intensificou o monitoramento pela cidade.

Dos 62 bairros do município, pelo menos 40% deles apresentam ocorrências de cortes irregulares de terra. Os bairros Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora do Carmo, Recanto Verde e Frederico Ozanam são os que apresentam o maior número de ocorrências de deslizamento e quedas de muros provocados por cortes irregulares em terrenos.

A Defesa Civil pede atenção redobrada às famílias que moram em áreas íngremes e às margens dos ribeirões e do Rio Piracicaba. Durante os períodos de tempestade, a atenção da Defesa Civil se volta principalmente para os bairros Frederico Ozanam, Caladão, Manoel Domingos, Judith Bering, Padre Rocha, Caladinho de Cima/Pedreira, Santa Terezinha I e II, Universitário, Nossa Senhora do Carmo, Nossa Senhora da Penha, Manoel Domingos, e Dom Helvécio (Prainha).

A maioria das ocorrências é notificada em construções irregulares e sem alvarás. Na rua Abadias, no Frederico Ozanam, a retirada de terra provocou um grande deslizamento e prejudicou outras duas casas. “A falta de um projeto bem feito causou o transtorno. Depois do deslizamento, a casa de cima sofreu rachaduras na varanda e está sendo monitorada periodicamente. Normalmente, esses contratempos ocorrem quando a construção não é orientada por um responsável técnico, como um engenheiro civil. A obra está embargada”, explica o coordenador da Defesa Civil de Fabriciano, Irnac Valadares.

Outro local que está merecendo atenção especial da Defesa Civil é uma casa na rua Calixto dos Passos, antiga rua 18, no bairro Nossa Senhora do Carmo. No endereço foi feito um corte irregular de 90 graus. A residência está interditada desde dezembro e não tem condições de ser reaberta. “Infelizmente, algumas pessoas agem sem responsabilidade e acabam prejudicando a estrutura de outros imóveis, colocando vidas em risco”, destaca.

Serviço
Caso algo de anormal seja registrado durante ou após fortes chuvas, a orientação é abandonar o local imediatamente e acionar a Defesa Civil pelo telefone 3846-7752; o Corpo de Bombeiros pelo 193; ou a Polícia Militar pelo 190. Nesses casos, as famílias devem procurar abrigo na casa de amigos ou parentes.


Com a chuva, é comum ocorrer deslizamentos e queda de barranco em áreas de risco
(Crédito: Divulgação PMCF)

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