Policia

“Espero que os responsáveis paguem pelo que fizeram”, pede irmã da vítima

Marcas dos golpes de bastão ainda são visíveis na cabeça da vítima    (Arquivo Familiar)

TIMÓTEO – Duas pessoas foram indiciadas por tentativa de homicídio em um inquérito policial concluído nesta quinta-feira (18), pela Delegacia de Timóteo. O caso será agora analisado pelo Ministério Público. Se a justiça entender como homicídio tentado, os envolvidos podem ir a Júri Popular. O serralheiro Ronaldo Barreto, 46 anos, e o ajudante Rogério Felipe Maciel, 44 anos, foram apontados pela PC como principais acusados de tentarem contra a vida de Darilde Simplício Gomes, 37 anos.
O crime ocorreu no dia 2 de novembro do ano passado. Segundo consta nos autos do processo, após sair de uma festa no bairro Eldorado, a vítima foi surpreendida por quatro homens que estavam em um Corcel. Dois deles (Rogério e Ronaldo) teriam descido do carro e começado a agredir Darilde, enquanto outros dois ficaram no veículo assistindo à cena.
No depoimento, a vítima contou à polícia que em certo momento um dos agressores foi até o carro e pegou um bastão de madeira, sendo golpeado em várias partes do corpo. Darilde disse à polícia que nunca havia se desentendido antes com os acusados e que talvez a briga tenha ocorrido porque ele havia dançado com uma mulher na festa. A vítima foi encontrada muito ferida em um buraco no bairro Alegre e levada para o Hospital Vital Brazil, onde ficou por quase dois meses em coma.
Para a Polícia Civil, não resta dúvida de que os agressores tentaram matar a vítima usando de força física e uma arma (o bastão). “As agressões ficaram evidenciadas e de fato os agressores assumiram o risco de produzir o resultado morte, tanto que utilizaram expressões que entendiam ter matado a vítima”, considera o delegado responsável pela conclusão do inquérito, Gilmaro Alves.

DEPOIMENTOS
Na oitiva, Ronaldo se defendeu das acusações e alegou não ter qualquer participação na briga. Ele disse ainda à polícia que ficou sabendo por meio de amigos que Darilde foi encontrado muito machucado em um buraco.
O depoimento do outro acusado não foi muito diferente. Rogério alegou que no dia da festa Darilde teria bebido muito e estava incomodando os participantes, sendo então convidado a se retirar do ambiente. O acusado disse à polícia que somente no outro dia soube do que havia ocorrido com Darilde. Ao ser questionado, Rogério disse que não presenciou nenhum briga e que conhecia Darilde apenas de vista.
Porém, a polícia não acreditou nas versões apresentadas pelos principais suspeitos e passou a interrogar pessoas que estavam na festa e outras que teriam presenciado a cena das agressões. Um homem que disse ter testemunhado o crime contou à polícia que avistou dois homens desferirem socos e chutes contra Darilde e, em seguida, Ronaldo foi até o carro e retornou com um bastão, quando então golpeou várias vezes a vítima.
A testemunha disse no depoimento que ainda pediu a Ronaldo que parasse com as agressões e, como ele não teria cessado os golpes, se retirou do local e pediu a um vizinho que ligasse para os familiares da vítima.
Outro testemunho que colaborou com as investigações da polícia é de uma pessoa que estava na festa. Neste depoimento, o homem contou à polícia que ouviu as pessoas da confraternização dizer que Ronaldo teria “quebrado” Darilde todo. Esta mesma pessoa disse ainda ter ouvido da boca da própria vítima (depois que retornou do coma) os nomes dos agressores.

SEQUELAS
As agressões provocaram inúmeras consequências para Darilde. Por quase dois meses, a vítima permaneceu em coma no Hospital Vital Brazil e somente depois é que a Polícia Civil colheu o principal depoimento do caso. A oitiva de Darilde foi feita em sua residência, devido ao seu estado de saúde e a impossibilidade de locomoção.
Exame de Corpo de Delito constatou que a Darilde teve várias fraturas pelo corpo que evoluíram para insuficiência respiratória aguda e renal. Devido às agressões, atualmente a vítima está tetraplégica e possui debilidade permanente das funções mentais.
Em conversa com a reportagem na tarde de ontem, a irmã da vítima, Neusa Simplício Gomes Cornélio, disse que sente aliviada por falar sobre o caso à imprensa. Segundo contou, o irmão ainda está acamado e somente agora pegou um pouco mais de peso, já conseguindo ficar sentado em uma cadeira de rodas.
Neusa disse que não consegue se esquecer do que fizeram com o irmão. “Foi cruel. Espero agora que a justiça faça prevalecer o que a Polícia Civil considerou e que os responsáveis paguem pelo que fizeram”, conclui.


Para delegado, agressores tentaram matar a vítima usando força física

 

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