Cidades

“Ensino 100% presencial é uma falácia”, contesta SindUTE

Ensino continuará híbrido, com aulas presenciais e remotas para grande parte dos alunos da rede municipal

IPATINGA – O retorno às aulas de forma “100% presencial” nas escolas municipais de Ipatinga é uma falácia. A afirmação parte da constatação feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), Subsede de Ipatinga, após averiguação em três escolas da rede com salas de aula de pequeno, médio, grande porte.

Em avaliação preliminar, feita a partir da medição das salas de aula e da quantidade de alunos, o SindUTE constatou que na EM Maria Rodrigues Barnabé, por exemplo, as salas do 1º ao 3º ano medem 6,80 x 6,97m e do 4º ao 5º ano 6,00 x 6,90m, comportando um total de 15 carteiras para uso com distanciamento de 1,00m entre as carteiras e um corredor de 1,20m.

Na EM Everson Magalhães Lage, as salas medem 5,85 x 9,00m, com um total de 18 a 22 carteiras livres para uso com o distanciamento de 1m entre elas. Na EM Artur Bernardes, 6,00 x 7,94m, cabendo um total de 20 carteiras livres para uso com o distanciamento de 1,00m entre elas e corredor de 1,25m.

ENSINO HÍBRIDO

A partir desta constatação, conclui-se que será necessário manter o ensino híbrido, com parte dos alunos em sala de aula e parte em ensino remoto, portanto, a informação de que as aulas voltarão 100% presenciais não é correta e não traduz a realidade que muitos pais e mães só perceberão quando forem enviar seus filhos às escolas.

PROTOCOLO INVIABILIZADO

Em recente ofício enviado à Secretaria Municipal de Educação, o SindUTE alega que “as medidas pretendidas pela Administração atentam contra a própria legislação de prevenção e combate ao coronavírus, na medida que se verifica a impossibilidade de cumprir o protocolo de distanciamento”.

“A estrutura física das escolas municipais – afirma o documento – demonstra não ser factível que todos os estudantes sejam atendidos de forma presencial e simultânea e, ainda assim, preserve-se o distanciamento preventivo necessário, conforme consigna o próprio Decreto municipal. Ademais, na forma instruída por essa secretaria, a isonomia concernente à execução da política educacional restará prejudicada, uma vez que não será possível que todos estudantes da rede tenham acesso ao serviço de Educação pelas mesmas formas e meios, sendo imperiosa a revisão e consequente retificação das orientações emanadas desse órgão”.

DESINFORMAÇÃO

Conforme o SindUTE, a “desinformação” sobre o retorno ao ensino presencial, não explica que os “100” se referem à capacidade das salas de aulas já com a redução de alunos provocada pelo distanciamento e não sua capacidade total. “Se uma sala pequena tem capacidade total para 25 alunos, mas apenas 15 podem assistir às aulas presenciais por causa do distanciamento, vai-se ocupar somente estes 15 espaços. Os demais alunos continuarão em ensino remoto ou se revezando. Numa semana quem estava remoto estuda presencialmente e vice-versa”, explica do Sindicato.

Na esteira da desinformação promovida, algumas escolas particulares já manifestaram que irão substituir a forma hibrida de oferta educacional, anunciando o retorno das aulas 100% presenciais. E assim o fizeram, afirmando fundamento no Decreto 9.737, de 23 de julho de 2021.

O SindUTE lembra que não é possível essa diferenciação entre a oferta da educação na rede municipal e na privada. Ambas devem observar toda legislação vigente e seguir os mesmos protocolos sanitários.

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