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Empresários e Fiemg debatem desenvolvimento no Vale do Aço

Após as apresentações dos integrantes do governo estadual, a plateia pôde fazer perguntas aos representantes da Fiemg, Usiminas, Aperam e Cenibra    (Crédito: João Rabelo)

 

IPATINGA – A Fiemg Vale do Aço em parceria com o Sebrae-MG e a Fundação João Pinheiro realizou na noite desta quinta-feira (13), no auditório da CDP da Usiminas, o seminário ‘Plano de Desenvolvimento Industrial Regional e Conexão Empresarial’, voltado para empresários e lideranças comerciais da região.
Em debate, os principais pontos de entrave ao desenvolvimento regional, tais como a dependência econômica das empresas de pequeno porte para com as siderúrgicas, a falta de logística alternativa e a inviabilidade do escoamento da produção pelas rodovias.
Luciano Araújo, presidente da Fiemg, destacou que a maior bandeira das entidades de classe e do setor industrial, juntamente com os representantes políticos, tem sido cobrar medidas efetivas do governo federal para a conclusão do projeto Executivo das obras de duplicação da BR-381.
“Não podemos mais pensar em desenvolvimento regional se essa obra não acontecer. Se não acontecer, vamos acreditar que faltou vontade política. Queremos o apoio de todas as lideranças regionais para mostrarmos a importância do Vale do Aço na economia”, afirmou.

OBRAS E ESTRADAS
A primeira apresentação da noite foi feita pelo subsecretário de infraestrutura, Bruno Alencar, que substituiu o secretário de Estado de Transporte e Obras Públicas, Carlos Melles.
O técnico de carreira do governo estadual fez um breve esboço dos principais investimentos nas estradas mineiras. No projeto recentemente lançado ‘Caminhos de Minas’, vão ser pavimentados 7.700 km de rodovias estaduais. São R$ 3,2 bilhões que serão divididos em 63 obras em todo o estado em 10 frentes de trabalho, que totalizam 1,9 mil quilômetros.
“Hoje temos uma série de missões governamentais em Brasília e também algumas ações que o próprio governo do estado vêm se antecipando em relação ao governo federal. Como é o caso do metrô de Belo Horizonte. Então essa dependência que existe da União, Minas Gerais de maneira preponderante toma algumas iniciativas preliminares”, disse.
Os investimentos feitos no colar metropolitano do Vale do Aço foram a pavimentação de 70,7 km com o investimento de R$ 77 milhões. As obras contemplaram as comunidades de Pingo D’água, Córrego Novo, Braúnas, Mesquita e Joanésia.

BR-381
“Acreditamos que a obra vai acontecer, pois o ministro dos Transportes esteve em Belo Horizonte acompanhado da presidenta Dilma. Mas, como membro do poder Executivo estadual, tenho receio de afirmar que algo que não seja da nossa competência vá acontecer. Tudo que estiver ao nosso alcance está sendo feito”, pontuou.
O subsecretário comentou que no governo Aécio Neves foi pedido ao governo federal que passasse a jurisdição da BR-381 para a competência estadual. Assim, todas as intervenções necessárias na rodovia poderiam ser feitas pelo Estado. Mas a autorização não foi dada.

MG-760
O projeto de pavimentação da rodovia estadual que liga São José do Goiabal até o distrito de Cava Grande já se encontra em fase de revisão pelo departamento estadual de infraestrutura.
A empresa contratada fez o projeto executivo e o encaminhou para análise e revisão de técnicos. Essa etapa demanda dois meses de trabalho. Depois, começa o processo licitatório para contratação de empreiteira, que demandará novos três meses de trabalho.
A perspectiva dada por Bruno Alencar é de que o primeiro lote de obras comece a ser executado no final do primeiro trimestre de 2013. Ao todo serão pavimentados 64 km. Outro trecho que também foi incluído pelo governo estadual no projeto ‘Caminho de Minas’ é o de 33 km que liga Timóteo a Córrego Novo. Mas ainda não foi liberada a licitação do projeto executivo da obra.

PLANEJAMENTO
Depois, foi a vez do secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fábio Veras, esboçar os projetos destinados ao fomento da economia regional, entre eles o “Rotas para o desenvolvimento”.
No Vale do Aço, 15 empresas fornecedoras das empresas âncoras – Usiminas, Aperam e Cenibra – serão selecionadas para integrar o projeto. Elas receberam do governo estadual apoio metodológico para criação de um planejamento de alto nível, que vai englobar o desenvolvimento para os próximos cinco e dez anos.
Fábio apontou que o Vale do Aço é profundamente industrializado, e que por isso foi escolhida para receber o Programa de Agregação de Valor ao Produto Mineiro –ProValor, uma iniciativa da Fiemg em parceria com a secretaria estadual.
“Esse é um conjunto de ferramentas e metodologias que podem permitir acelerar o modelo de desenvolvimento e fazer do Vale do Aço uma região ainda mais competitiva. Estamos falando aqui do que faz a Noruega, Alemanha e Suíça, exemplos em que podemos nos espelhar na área metalmecânica”, explicou.
“E algo muito importante, que é também o espírito metropolitano. Para além de um conceito, na prática é um levantamento que vai apontar quais são as conexões econômicas e de geração de dinheiro através das empresas que já temos aqui. É ter um mapa de análise da cadeia de valor entre empresas médias e grandes, relação de fornecimento entre elas e pensar qual o perfil de indústria que a gente quer atrair para a região”, comentou.

CENTRO DE ENGENHARIA
Além das análises do perfil de empresa, outros itens também serão estudados para acelerar o desenvolvimento regional, por exemplo a questão de incubadora de empresas e a relação de universidades.
“A importância que tem na agenda do Vale do Aço ter um curso de engenharia ou conjunto de cursos de engenharia. Quer dizer, não bastam mais cursos de administração e Direito, para uma região que é profundamente industrializada”, justificou.

EXEMPLOS
Presente ao encontro, o presidente da Cenibra, Paulo Brant, comentou que a região perdeu grandes investimentos em função dos problemas de logística. Ele exemplificou um empresário investiria na região Leste de Minas um total de R$ 200 milhões. Mas, na hora de se esboçar os custos de escoamento de produção, o empreendedor acabou desistindo.
“Na Cenibra, a maioria das florestas de eucalipto que nos abastecem tem que estar num raio de 120 quilômetros. O transporte rodoviário é preponderante para o nosso abastecimento de matéria-prima, apenas 20% do transportada é feito via ferrovia”, apontou.

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