Cidades

Economia do retrocesso, o Brasil pode parar

(*) Thales Aguiar

Caros leitores, o Brasil é um país de proporções continentais. Tais características nos colocam em grandes desafios, principalmente para as decisões que devem ser tomadas pelos atuais políticos em relação às diversas reformas que ainda não foram feitas. Desde o último governo já se ouvia falar em reformulações de programas sociais, previdenciários e fiscais. O que se tem feito até o momento é uma coalização de políticas indefinidas e que tem trazido muita insegurança ao funcionamento das instituições. A classe mais prejudicada até o momento é a dos trabalhadores e a categoria dos pequenos e médios empresários. No país, segundo pesquisas do SEBRAE, as MPEs correspondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado (16,1 milhões), e temos ainda 3,7 milhões de MEI (micro empreendedor individual).  A reforma trabalhista com o objetivo de ampliar a empregabilidade e trazer austeridade para o empregador, não trouxe resultado positivo e significativo. E a reforma previdenciária ao que tudo indica somente oportunizará a oferta de previdência privada ao cidadão comum pelos bancos particulares.

O índice de informalidade cresceu e hoje atinge em média a casa dos 37 milhões de trabalhadores e representa 40,8% da população brasileira de acordo com fontes do IBGE. A logística rodoviária através dos caminhoneiros tem dificuldades cada vez mais em viabilizar o transporte de mercadorias devido ao baixo valor do frete, aumento relevante do preço do óleo diesel e os inúmeros pedágios cobrados em rodovias privadas. Uma pergunta que faço: será que estamos interessados em aquecer novamente a economia? O que torna a economia aquecida de um país é o consumo, a lei básica da oferta e procura. Cortar gastos faz neste momento a engrenagem refrear sua velocidade. É preciso urgentemente uma reforma tributária que desafogue toda a classe empresarial.  Unificar alíquotas e impostos e desburocratizar as operações fiscais.

Sem essa reforma nada do que for feito terá validade e certamente o país pode parar. Implementando essa análise faço uma retrospectiva quando em 2008 a crise internacional se instalou em todo o mundo. Naquele momento o que amorteceu todo prejuízo foi justamente o nosso mercado interno que estava funcionando a todo vapor. Houve redução de impostos como, por exemplo, o IOF (impostos sobre operações financeiras) redução do IPI (impostos sobre produtos industrializados) para as montadoras e aumento de crédito por parte dos bancos para manter o consumo e os gastos dos brasileiros. O nosso país é rico em todas as suas instâncias, o que o Brasil necessita é de políticos sérios e interessados em atender todas as demandas proporcionalmente representativas de cada região. Começando com total apoio a reforma tributária e fiscal, que mais uma vez coloco em evidência: promoverá o aumento dos investimentos dos negócios por parte dos empresários e aumentará a oferta de empregos dando respaldo ao crescimento do consumo no país.

(*) Thales Aguiar é jornalista e escritor

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