Policia

Dupla presa por roubo acusa PMs de agressão

(Crédito: Jota Passos)

 

IAPU – O comando da Polícia Militar disse que vai apurar uma denúncia de supostas agressões praticadas contra dois rapazes presos por roubo na semana passada em Iapu. Em entrevista gravada, Jeferson Vieira de Sousa Pires, 18 anos, e Leandro Cesário Silva, 19 anos, disseram que foram espancados pelos militares no momento da abordagem.

Os jovens confessaram o crime, mas disseram que a polícia agiu com truculência e agressão no momento da abordagem. “E ainda falaram para gente não falar que foi a polícia quem bateu, senão disseram que iam nos matar”, relataram os dois presos.

A vítima do roubo é um leiteiro que trabalha em Iapu. No domingo (22) ele foi rendido pelos rapazes enquanto estacionava sua moto na praça Martinho Gomes Santana, bairro Jerusalém. Um deles, armado, anunciou o assalto e levou a motocicleta.

A dupla confessou o crime e disse que roubou a moto “apenas para dar uma volta”, mas, que iam devolvê-la. No entanto, quando a polícia chegou à casa dos suspeitos, a moto não foi encontrada e a arma usada no assalto estava enterrada num terreno baldio.

AGRESSÕES
Leandro disse que foi levado pelos policiais militares para a delegacia, onde teria sido espancado por militares fardados e outro homem, sem uniforme da PM. “Só não morri porque Deus existe mesmo. Levei mais de 20 bicudas nas costas. Cada polícia que passava na minha frente eu ganhava um chute na cabeça. Mais de 30 tapas da orelha”, contou.

Jeferson disse que ele e o comparsa estavam algemados quando foram agredidos pelos policiais. O rapaz contou que um dos PMs disse que se eles não falassem onde estava a moto, continuariam batendo. “Eles queriam saber onde estava a moto. Apontaram a arma na minha cara e disseram: tá vendo isso aqui? Nós vamos disparar isso na sua cara”, detalhou.

LADRÃO TEM QUE MORRER
Os rapazes consideram que as agressões foram motivadas porque eles não queriam dizer onde estavam a arma e a moto. “Aí, como a gente não queria falar, eles bateram demais na gente. Foram tantos chutes nas costas, barriga, braços”, contou Jeferson.

Os dois presos disseram que mesmo após dizerem onde estava a moto, ainda foram agredidos perante a população, que teria “aprovado” o ato de truculência por parte dos militares. “Ladrão tem que morrer. Disseram [os moradores] que se a gente voltasse no Iapu mais uma vez iriam nos matar”.

Os dois rapazes presos são moradores de Ipatinga e atualmente encontram-se presos no presídio de Inhapim. No dia da prisão um homem e uma mulher foram detidos por receptação: ele por guardar a moto e ela por guardar o capacete.

APURAÇÃO

A prisão da dupla ocorreu na terça-feira (22). O departamento pediu à reportagem que entrasse em contato diretamente com o comandante, o que foi feito. O tenente-coronel Edvânio Carneiro disse que não estava sabendo dos fatos, mas prometeu que vai apurar as denúncias dos dois ladrões.

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