Cidades

Creches vão recorrer ao MEC e à Defensoria

O evento foi convocado pela Comissão de Educação e contou com a participação de representantes de diversas instituições


IPATINGA
– A situação das creches ipatinguenses voltou a ser debatida em uma audiência pública, na noite da última sexta-feira (19) na Câmara de Ipatinga.
Com o plenário lotado, representantes das instituições reclamaram da falta de recursos, do atraso no pagamento dos salários e da ameaça de interrupção dos trabalhos.
O evento foi convocado pela Comissão de Educação, Cultura, Turismo, Esporte e Lazer e contou com a participação de representantes de diversas instituições, além de futuros parlamentares da cidade. Apesar de ter sido convidada, a Prefeitura Municipal não enviou nenhum representante.
O vereador César Custódio (PT) presidiu a mesa. Vários representantes das instituições se manifestaram indignados com a situação. Presente ao evento, a representante do Sindicato dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas (Sintbref) Viviane Araújo disse que tanto ela como os servidores das creches perderam a esperança no atual governo. Ela contou também que o Ministério Público do Trabalho (MPT) antecipou o ajuizamento de uma ação contra a Prefeitura para o dia 5 de novembro. O processo tem como base uma representação feita pelos servidores no início deste mês e trata dos salários atrasados. O caso está nas mãos do procurador Adolfo Silva Jacob, do MPT, em Coronel Fabriciano.
Um estudo elaborado pela própria Câmara apurou que a dívida da Prefeitura com as creches municipais atualmente é de mais de R$ 7 milhões. A quantia deverá ser paga até o mês de dezembro, quando vence o contrato de convênio entre Prefeitura e creches.

PROVIDÊNCIAS
Ao fim da audiência pública, ficou deliberado que seria formada uma comissão de funcionários e presidentes das creches, para protocolar uma representação na Defensoria Pública.
Outra decisão tomada durante a audiência foi a convocação, por parte da Assembleia Legislativa do Estado, de uma outra audiência na cidade para tratar do tema. Desta vez, porém, o Ministério da Educação (MEC) também será convidado para avaliar onde foram aplicados os recursos do Governo Federal para a educação, destinados aos municípios.
O encaminhamento partiu da representante do deputado estadual André Quintão (PT), que esteve presente na Câmara na sexta. Um contato com o MEC deverá ser feito ainda esta semana para avaliar uma data para o encontro.

DESCASO
No entanto, enquanto as soluções não chegam, os trabalhadores continuam passando por maus bocados. Em algumas creches, educadores afirmam que até mesmo os alimentos estão chegando ao fim. Nesta semana, a entidade Projeto de Deus, no bairro Vila Formosa, foi fechada em decorrência da crise que o setor vive nos últimos meses.
Os trabalhadores explicaram durante a audiência que, com o atraso dos repasses por parte da Prefeitura, os problemas vêm se acumulando desde setembro do ano passado. Duas greves já foram realizadas: a primeira, em março, por causa do não pagamento dos vencimentos de janeiro e fevereiro de 2012. A segunda greve, deflagrada em agosto de 2012, durou cerca de 40 dias e foi terminada com um acordo com então secretário de Educação Amaury Gonçalves, onde foi prometido o pagamento das parcelas em atraso para o início de outubro. O pagamento, porém, não foi feito e os servidores vêm procurando a Prefeitura na tentativa de um novo acordo, mas sem sucesso.


CMI elaborou estudo e apontou dívida de R$ 7 milhões com as creches

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