Cidades

Conferência reúne mulheres, jovens, deficientes e LGBT

Secom PMI

IPATINGA – O respeito às diferenças e a busca por políticas de proteção e valorização dos grupos sociais minoritários deram o tom dos debates da primeira edição da Conferência Municipal Conjunta de Direitos Humanos de Ipatinga, promovida pela Prefeitura, na última sexta-feira (26) e sábado (27).

Mais de 300 representantes da sociedade civil, conselhos municipais de Direitos das Mulheres, da Juventude, dos Direitos da Pessoa com Deficiência, do Movimento de Gays e Simpatizantes do Vale do Aço (MGS) e do Coletivo de Mulheres Bissexuais e Lésbicas do Vale do Aço (Coletivo Bil) participaram da conferência municipal. O evento reuniu também a 5ª Conferência Municipal de Políticas para Mulheres, a 2ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a 3ª Conferência Municipal da Juventude e a 1ª Conferência Municipal da LGBT.

Os alunos do Projeto Encantar, da Escola Municipal Márcio Andrade Guerra (Veneza), também participaram da abertura da conferência municipal interpretando o Hino Nacional do Brasil e sucessos da MPB.

IR ALÉM
A palestra do secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, abriu a 1ª Conferência Municipal de Direitos Humanos, na noite do dia 26. O representante do estado destacou as frentes de trabalho do governo de Minas Gerais e da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (SEDPAC), criada recentemente.

“Estamos trabalhando para estar cada vez mais próximos dos municípios e cumprir o lema do governador: ‘ouvir para governar’. Com as conferências, é possível avaliar aonde chegamos e o que ainda precisa ser feito para que os direitos não fiquem somente no papel”, frisou Nilmário Miranda. “Toda pessoa tem o direito de ir além do que já conquistou. Deixar de passar fome ou sair da pobreza não quer dizer que a luta por mais direitos deva acabar”, defendeu o secretário de Estado.

DIVERSIDADE

A prefeita de Ipatinga, Cecília Ferramenta, por sua vez, destacou a importância da participação popular e do empenho de todos para vencer as dificuldades no cenário atual. “Nesta conferência, reunimos quatro segmentos da sociedade que têm muito a contribuir com os avanços do nosso município”, enfatizou a prefeita de Ipatinga.

O prefeito de Santana do Paraíso, Zizinho Duarte, também presidente da Associação de Municípios pelo Desenvolvimento Integrado (AMDI), representou o deputado estadual e líder do governo estadual na Assembleia Legislativa, Durval Ângelo, na abertura da Conferência de Direitos Humanos de Ipatinga.

Representantes da população em situação de rua também marcaram presença na conferência e agraciaram os participantes do evento com uma lembrança produzida nas oficinas realizadas pelo Movimento de Mulheres de Ipatinga junto às pessoas atendidas no Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP).

TEMAS
Na tarde de sábado (27) foi a vez da Escola Municipal Nelcina Rosa de Jesus (Veneza) receber os representantes da sociedade civil, dos conselhos municipais de Direitos da Mulher, da Pessoa com Deficiência e da Juventude, do MGS e do Coletivo Bill para os debates sobre cada grupo minoritário da Conferência de Direitos Humanos de Ipatinga.

As participantes da 5ª Conferência Municipal de Políticas para as Mulheres iniciaram o debate com o painel “Mais direitos, participação e poder para as mulheres”, cuja abertura foi feita pela subsecretária de Estado de Políticas para as Mulheres da SEDPAC, Áurea Carolina de Freitas e Silva. A representante também falou sobre a atuação do estado no enfretamento à violência contra a mulher e na promoção da autonomia econômica da mulher.

A 3ª Conferência Municipal da Juventude também contou com representante do Estado para a abertura do painel. O subsecretário de Estado da Juventude da SEDPAC, Miguel Ângelo Monteiro Andrade, falou sobre “As várias formas de mudar o Brasil” e a importância da participação dos jovens na política.

LGBT quer fortalecer a luta contra a intolerância

Em sua primeira edição, a Conferência Municipal da LGBT abordou o tema “Por um Brasil que criminalize a violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais”. A integrante do Movimento Social de Lésbicas e Bissexuais do Espírito Santo – Santa Sapataria, Ariane Celestino Meireles, que também é assessora técnica da Secretaria Municipal de Gestão Estratégica da Prefeitura de Vitória, abriu o painel de debates destacando a importância dos movimentos sociais.

“Nos anos 80, os movimentos sociais se fortaleceram na luta contra os preconceitos aos portadores de HIV. Hoje temos fundamentalistas religiosos espalhados pelo país inteiro dizendo que não somos humanos, que não merecemos políticas públicas, que não temos sequer direitos. Esse é um movimento muito forte que precisa ser combatido. Sofremos pancadas físicas, mas também sofremos muitas pancadas simbólicas e psicológicas. Precisamos estimular as pessoas a se unirem e a denunciarem a violência”, defendeu a militante.

Outro convidado da Conferência LGBT foi o coordenador especial de Políticas da Diversidade Sexual da SEDPAC, Douglas Miranda. Na avaliação do representante estadual, a transversalidade de todas as secretarias estaduais é uma das principais lutas da LGBT neste momento. “A população LGBT precisa ser reconhecida e ter seu espaço na saúde, na educação, no desenvolvimento social e trabalho, na defesa social, em todas temáticas. Precisamos desvincular, por exemplo, a população LGBT das DST-Aids e instituir uma política de atendimento para acesso à linha de cuidados no Sistema Único de Saúde”, detalhou o palestrante.

Os quatro grupos minoritários participantes da 1ª Conferência de Direitos Humanos de Ipatinga elegeram representantes do município para as respectivas conferências estaduais, previstas para acontecer até o fim deste ano. Os conselhos e movimentos sociais também elaboraram propostas que serão apresentadas nos encontros estaduais.


Deficientes defendem o respeito às diferenças

“O desafio na implementação das políticas da pessoa com deficiência: a transversalidade como a radicalidade dos direitos humanos” foi o temário debatido na 2ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Quem introduziu o painel foi o conselheiro estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Maurício Alves Peçanha.

“Antes de sermos deficientes, somos pessoas. Existem pessoas com deficiência em todos os grupos minoritários. E a política foi feita para todos. A sociedade segrega, mas trabalhando juntos, como nesta conferência, vamos buscar políticas públicas que atendam a esses segmentos também de forma unificada”, ressaltou o conselheiro estadual.

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