Cidades

Coleta Seletiva de Ipatinga entra em sua segunda fase

Campanha de conscientização é intensificada na comunidade, paralelamente à instalação de coletores em novos bairros

 

IPATINGA – “Se a população não entende que o lixo de muitos pode ser transformado por outros em dinheiro, gerando também cuidados com o meio ambiente, a Coleta Seletiva perde o seu valor”, avaliou o catador de materiais recicláveis José Geraldo Isaías, após ser informado pela administração de Ipatinga que os 100 coletores do projeto piloto, mal usados por muitos e instalados nos bairros Cidade Nobre, Veneza e Horto, foram recolhidos para limpeza e restauração.

Há quase seis anos vivendo do trabalho de reciclagem de resíduos sólidos, José Geraldo acrescentou ainda: “Ao longo desses quatro meses de teste do projeto, a gente viu muito lixo comum, que já é recolhido pela Vital Engenharia, ser jogado dentro dos coletores. Tinha bagaço de cana e até animal morto em alguns locais. Esse tipo de material não se recicla e o descarte incorreto coloca em risco a nossa saúde e afeta os moradores, porque pode atrair ratos”, desabafa.

José Geraldo Isaías: “Se a população não entende que o lixo de muitos pode ser transformado por outros em dinheiro, gerando também cuidados com o meio ambiente, a Coleta Seletiva perde o seu valor”

SEGUNDA ETAPA

Segundo a diretora do Departamento de Meio Ambiente da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Ipatinga (Sesuma), Núbia Fernandes Batista, o projeto de Coleta Seletiva entra neste mês de fevereiro numa segunda etapa.

“Novas comunidades serão selecionadas para receber os coletores. Nosso objetivo agora é, em parceria com as escolas, associações de bairros, empresários e lideranças religiosas, conscientizar os moradores, tornando-os corresponsáveis no cuidado dos coletores seletivos e no correto desenvolvimento da iniciativa”, salientou.

CONSCIENTIZAÇÃO

Em sua fala, o prefeito Nardyello Rocha reforçou o trabalho de conscientização que será feito, para que o projeto alcance resultados reais e significativos no município.

“Não existe mágica. O lixo que nós geramos não vai desaparecer da cidade só porque o caminhão recolheu. A população precisa mudar hábitos, passando a ter a atitude de separar materiais recicláveis do lixo comum, entendendo que isso vai causar um menor impacto ambiental e ainda vai ajudar pessoas a gerar renda. A primeira etapa da Coleta Seletiva demonstrou o quanto estamos atrasados. Por isso, vamos investir pesado no trabalho de educação ambiental nas escolas, principalmente com as crianças e adolescentes, que são o futuro da nossa cidade”, afirmou.

 

Sobre o projeto piloto

 

O projeto Coleta Seletiva em Ipatinga foi custeado e elaborado pelo Ministério Público de Minas Gerais, tendo apoio da Prefeitura de Ipatinga, da Associação Regional de Proteção Ambiental do Vale do Aço e da Vital Engenharia na implantação.

Com uma verba de R$ 240 mil, arrecadada através da aplicação de multas por crimes ambientais, 100 coletores foram construídos e colocados nos bairros Cidade Nobre (39 unidades), Veneza (46) e Horto (15).

REALIDADE

No município são geradas, em média, 4.247 toneladas de resíduos sólidos domiciliares a cada mês. Deste total, cerca de 48 toneladas são recicladas, representando um índice médio de reaproveitamento de aproximadamente 1,1%.

A coleta dos materiais recicláveis é realizada por cerca de 120 catadores conveniados com as associações Ascari (Associação dos Catadores de Material Reciclável de Ipatinga), Amavale (Associação dos Catadores de Material Reciclável) e a Coopcava (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis da Região do Vale do Aço), que atuam em Ipatinga.

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