Policia

Cinco pessoas são denunciadas por fraudes em DPVAT em Timóteo

TIMÓTEO – Pelo menos cinco pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público em um forte esquema de fraude no seguro obrigatório de danos pessoas, o DPVAT, em Timóteo. Entre os acusados estão um despachante, três advogados e um médico ortopedista. Em abril do ano passado, quatro dos denunciados, já haviam sido presos pela Polícia Federal, na cidade de Januária, onde o rombo foi de aproximadamente R$ 28 milhões. O DPVAT é um seguro obrigatório pago por motoristas para indenizar vítimas de acidentes de trânsito causados por veículos

GAECO
O esquema fraudulento foi descoberto pelo Grupo de Apoio em Combate ao crime Organizado (Gaeco) após o Judiciário desconfiar de coincidências em processos de entrada no benefício. Segundo o delegado Gilmaro Alves, representante da Polícia Civil dentro do grupo, a fraude consistia em aumentar a gravidade de lesões de pessoas que sofreram acidentes de trânsito.
“Com o aumento dessas lesões o que se buscava era aumentar o valor do seguro DPVAT. Após os acidentes, as vítimas eram procuradas pelo despachante que colhiam a documentação e ingressavam de forma administrativa junto à seguradora para o recebimento. Ocorre que nesses acidentes as pessoas tinham apenas cortes, mas laudos apresentados à seguradora mostravam que eram fraturas”, explica o delegado acrescentando que ao fim do processo 70% do valor pago das indenizações iam para as vítimas e 30 % para o grupo.
“O médico recebia R$ 75 por laudo emitido, e em relação aos advogados eles recebiam os valores ao fim do processo. Nós tínhamos uma ciranda de pessoas que buscavam aumentar os valores para que pudessem então aumentar os recebimentos”.

RECURSO
As investigações apontaram ainda que a organização insatisfeita com o valor recebido pela seguradora, ainda entrava com recurso na Justiça a fim de obter mais vantagem. “E aí eles contratavam advogados para entrar com ações judiciais buscando valores acima do que havia recebido. Tudo era feito pelo escritório de seguro DPAVT e os advogados sequer tinham contato com os clientes”, disse.
Os acusados já respondem pelos crimes de estelionato e organização criminosa em Januária, onde uma operação deflagrada o ano passado a fim de desmantelar a quadrilha que atuava naquela cidade prendeu 39 pessoas. Entre os detidos à época estão os mesmos que atuavam em Timóteo. Todos respondem ao processo em liberdade.

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