Policia

Cabo Victor será levado a julgamento

IPATINGA – O cabo da Polícia Militar Victor Emmanuel Miranda de Andrade irá a júri popular pelo assassinato de Cleidson Mendes do Nascimento, o “Cabeça”, morto aos 26 anos em setembro de 2011. A justiça de Ipatinga acatou pedido do Ministério Público nesta terça-feira (17).
Cleidson foi executado a tiros no bairro Canaãzinho. De acordo com informações da época, o jovem estava em uma bicicleta e foi morto por um motociclista, que atirou em sua cabeça.

O cabo apareceu como principal suspeito pelo crime em virtude de Cleidson ser a principal testemunha de acusação do militar em outro homicídio: o de Ricardo Garito. Victor Emmanuel também figura como autor deste crime, segundo inquérito da Polícia Civil.

O requerimento com a chamada sentença de pronúncia foi assinado pela juíza Ludmila Lins Grilo, da 1ª Vara Criminal de Ipatinga. Em seu despacho a magistrada considerou que elementos nos autos demonstram indícios de que o policial possa ter praticado o delito.
Cleidson foi testemunha ocular da morte de Garito. Os dois estavam juntos em um bar no bairro Canaãzinho quando Ricardo foi executado.

De acordo com o processo, os dois caminhavam em direção ao carro quando um homem em uma motocicleta parou, apontou a arma em direção a Garito e atirou contra ele. Por sua vez, Cabeça foi morto três meses antes de depor em juízo contra Victor Emmanuel. “Não há que se falar em impronúncia ante a presença da materialidade e de indícios de autoria. Basta que se estabeleça convencimento da existência do crime e indícios de sua autoria”, diz trecho do despacho. O militar também teve negado o direito de responder ao processo em liberdade.
A data do júri ainda não foi marcada.

INSTRUÇÃO

O cabo Victor esteve ontem em Ipatinga depondo no Fórum da cidade sobre outro caso de homicídio em que aparece novamente como acusado. Na porta da 2ª Vara Criminal, policiais militares e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) fizeram a segurança durante a audiência de instrução. A sessão começou às 13h30 e por volta de 16h já havia se encerrado. Victor depôs em juízo sobre o assassinato de Eduardo Luiz da Costa, ocorrido em 2007.

Eduardo Luiz teria sido morto porque contraiu uma dívida com o coiote e amigo de Victor, Joaquim Pereira de Moura, referente a uma viagem aos EUA. Ao tentar quitar parte da dívida, Eudardo teria oferecido ao coiote veículos roubados.

De acordo com a ação penal, ao chegar em solo americano Eduardo não conseguiu trabalho, ficando então sem ter como pagar a dívida com Joaquim. Pelas denúncias o coiote e Victor se uniram para executar Eduardo. Outro interesse na execução da vítima é que o irmão de Joaquim, o Cabo Amarildo – assassinado em fevereiro deste ano – estaria inconformado com o relacionamento da ex-mulher com Eduardo.

Na semana passada o Tribunal de Justiça de Minas anulou o julgamento de Victor sobre a morte do comerciante Ricardo Garito. Sobre esta morte o PM havia sido pronunciado na 1ª instância, mas a defesa recorreu da decisão e conseguiu reverter o resultado.

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