Opinião

Bolsonaro volta ao baixo clero, de onde nunca saiu

(*) Fernando Benedito Jr.

Ao assinar hoje sua filiação ao Partido Liberal (PL) o presidente Jair Bolsonaro reassume seu lugar no baixo clero do qual sempre fez parte e do qual nunca saiu verdadeiramente, apesar do lugar que ocupa momentaneamente e dos discursos em contrário. Embora a grosseria, a truculência, a falta de educação e a deselegância sempre tenham caracterizado seus “discursos”. Elegeu-se fingindo ser um “out-sider”, um franco-atirador que desprezava o sistema político e as alianças que dele decorriam. Mentira pura, como sempre. Enganação e retórica para ludibriar os pobres incautos, enquanto a classe média e hipócrita aplaudia e a burguesia se refestelava com o banquete.

Mesmo durante o evento de filiação, Bolsonaro continuou mentindo. Disse que a cerimônia foi uma simples filiação ao partido e que não estava “lançando ninguém a cargo nenhum”. Como se não fosse candidatíssimo e o apego ao poder para si e sua família não fosse sua meta de vida. Que o diga a filharada e ele próprio nas tetas do Estado esse tempo todo. Lá no barraco dele, fez 18 anos e já vai arrumar uma boquinha numa câmara muncipal, numa assembléia legislativa, no Congresso, no Senado. E, claro, armar um esquema de rachadinha que ninguém é de ferro.

“Estou me sentindo aqui em casa, dentro do Congresso Nacional, aquele plenário da Câmara dos Deputados, tendo em vista a quantidade enorme de parlamentares aqui presentes. Vocês me trazem lembranças agradáveis, lembranças de luta, de embate, mas, acima de tudo, momentos em que nós, juntos, fizemos pelo nosso país. Eu vim do meio de vocês. Fiquei 28 anos dentro da Câmara dos Deputados”, disse durante a filiação ao PL, num dos raros momentos de sinceridade, claro, sem entrar em detalhes.

Não apontou sequer um momento do que ele e seus pares fizeram pelo País, tampouco, algo de relevante que tenha feito durante quase 30 anos no parlamento, além de vociferar contra a esquerda, defender torturadores, berrar contra a democracia, exaltar ditaduras, pregar o armamento, agredir seus opositores e assim chegar à presidência. Na presidência foi isso aí que estamos vendo. Uma “negação” total.

As últimas pesquisas mostram que ele e seu governo “derretem”. Mas algo que derrete deixa sua forma sólida para se tornar líquido, contudo, ainda existe. Bolsonaro e seu governo deveriam ser pulverizados para não sobrar uma só molécula, um só átomo de sua política nefasta, genocida, fascista.

Que desça ao esgoto de onde veio e siga caindo até o infinito e para sempre. Ao se filiar ao PL, tomara que seja essa a jornada que esse infeliz inicia…

(*) Fernando Benedito é jornalista e antifascista.

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