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Bolsonaro nomeia braço direito de Ramagem na Abin para comandar PF

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta segunda-feira o delegado Rolando Alexandre de Souza como novo diretor-geral da Polícia Federal, depois de ter tido a indicação de seu nome preferido, Alexandre Ramagem, bloqueada por liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).

A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta segunda-feira para ocupar a vaga que originalmente seria de Ramagen, que é diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Souza era diretor de Planejamento da Abin, o número três da agência, mas um dos principais assessores de Ramagem. Ele foi levado para o cargo por Ramagem em setembro do ano passado.

Depois de ter tido sua nomeação barrada por liminar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, Ramagem participou diretamente da indicação do novo diretor-geral.

A intenção de Bolsonaro, já declarada publicamente, era de indicar novamente Ramagem para o posto. No entanto, uma nova nomeação poderia ser vista como descumprimento de determinação legal — o que é crime de responsabilidade. Além disso, uma nova ação contra a indicação cairia novamente com Moraes, o que deveria levar a um mesmo resultado.

Bolsonaro ainda não desistiu de tentar levar Ramagem de volta para a PF. No entanto, o presidente não queria deixar a direção-geral do órgão por muito tempo nas mãos da equipe anterior, montada pelo ex-diretor Maurício Valeixo e o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

Com a derrubada da nomeação de Ramagem, estava à frente da PF Disney Rossetti, ex-número dois de Valeixo. Rossetti chegou a ser indicado para assumir a PF por Moro, quando ficou claro que Bolsonaro exigiria a troca do diretor-geral.

Segundo o próprio ex-ministro, ele chegou a indicar Rossetti para que não houvesse uma quebra de continuidade, apesar de afirmar que não conhecia bem o delegado. O presidente negou. A saída de Valeixo e a determinação de Bolsonaro de indicar um nome seu para a PF levaram à demissão do ex-ministro da Justiça, que acusou o presidente de interferência política.

Souza foi chefe do núcleo de operações da PF em Rondônia e corregedor do órgão no mesmo Estado, onde conheceu Ramagem, então superintendente da PF. Também foi chefe do Serviço de Repressão a Desvio de Recursos Públicos da PF, em Brasília, e superintendente em Alagoas, onde estava até setembro, quando foi chamado por Ramagem para a Abin.

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