Policia

Audiência de Chacina do Revés do Belém é transferida para Ipatinga

IPATINGA – Serão ouvidas nesta terça-feira (26) as testemunhas arroladas no processo que investiga a Chacina de Revés do Belém, crime ocorrido em 2011, durante a audiência de instrução e julgamento do caso. O processo tramita na Comarca de Caratinga, mas a sessão foi transferida para o Vale do Aço porque as testemunhas de defesa e acusação são da região e serão ouvidas por meio de carta precatória.

A decisão de colher os depoimentos através de carta precatória foi tomada após o cancelamento da primeira audiência, marcada para o dia 15 de outubro deste ano no Fórum Desembargador Farias de Souza, em que não compareceram os réus e nem as testemunhas.

Por este crime, quatro investigadores da Polícia Civil foram denunciados pelo Ministério Público como os executores da chacina. São eles: Leonardo Alves Corrêa, José Cassiano Ferreira Guarda, Jimmy Casseano Andrade e Ronaldo de Oliveira Andrade. Na ocasião dos homicídios, os agentes de segurança eram lotados na 1ª Delegacia Regional de Ipatinga.

Os investigadores estão presos desde abril deste ano na Casa de Custódia do Policial Civil, em Belo Horizonte. No dia 11 de setembro, os advogados dos detetives entraram com o pedido de revogação da prisão preventiva, mas um dia depois um despacho negando a solicitação foi proferido pelo judiciário de Caratinga. Nesta terça, eles deverão participar da audiência, mas não serão ouvidos. Seus depoimentos serão colhidos posteriormente, também por meio de carta precatória, em Belo Horizonte.

O CASO
Os corpos de John Enison da Silva, de 15 anos, Nilson Nascimento Campos, de 17 anos, Felipe Andrade, de 15 anos, e Eduardo Dias Gomes, de 16 anos, foram encontrados na localidade de Revés de Belém, distrito da Caratinga, no dia 30 de outubro de 2011. De acordo com o inquérito policial, eles estavam nus e tinham perfurações de disparos de arma de fogo na nuca. Os cadáveres estavam em avançado estado de decomposição.

O caso foi reaberto por uma força tarefa da Polícia Civil de Belo Horizonte, que se instalou em Ipatinga para investigar crimes supostamente cometidos por forças policiais. Segundo o relatório final, os quatro adolescentes foram vistos pela última vez por familiares no dia 24 de outubro. Neste dia, eles foram abordados pela Polícia Militar e encaminhados para a Delegacia da Polícia Civil, no Centro de Ipatinga. Ao serem liberados, por volta das 18h, um dos garotos apedrejou uma viatura da PC. Os jovens então foram perseguidos e novamente apreendidos, sendo os corpos encontrados sete dias depois, em uma plantação de eucaliptos.


Policiais civis denunciados por chacina, na ocasião dos homicídios, eram lotados
na 1ª Delegacia Regional de Ipatinga

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