Cidades

Ato público pede entrada da PF no Caso Rodrigo Neto

IPATINGA – O Comitê Rodrigo Neto promoveu ontem uma manifestação para lembrar simbolicamente os 100 dias do assassinato do jornalista e radialista, covardemente morto quando saía do Churrasquinho do Baiano, no bairro Canaã, local onde foi realizado o ato na noite de ontem. O protesto cobrou ainda resposta à execução do fotojornalista Walgney Carvalho, assassinado pouco mais de um mês após a morte de Rodrigo. Os manifestantes exigiram das autoridades de segurança pública uma resposta aos crimes, já que até agora permanece o silêncio sobre ambos os casos, embora vários policiais civis e um militar tenham sido presos por suposto envolvimento nos crimes que Rodrigo denunciava.

Além de jornalistas, amigos e familiares, a manifestação de ontem mobilizou um grande número de pessoas e chamou a atenção da sociedade. O movimento contou ainda com a presença de lideranças comunitárias, do vereador Agnaldo Bicalho, do secretário de Comunicação da Prefeitura de Fabriciano, Ângelo Lana, representando a prefeita Rosângela Mendes e integrantes do Movimento Nacional dos Direitos Humanos.

PROSELITISMO
Durante o ato foi lida a carta aberta à população escrita pelo Comitê Rodrigo Neto, exigindo a punição dos responsáveis pelo assassinato e com vários pontos questionando o papel das autoridades neste caso e também naqueles denunciados pelo jornalista.

“Em encontros com inúmeras autoridades, dos mais diversos escalões, ouvimos reiteradamente que apurar a morte de Rodrigo era questão de honra – diz a carta aberta. Ouvimos também eloqüentes declarações de policiais e políticos sobre quão absurdo foi o assassinato de Rodrigo Neto e como sua morte representava um atentado à liberdade de expressão e ao livre exercício da profissão, inclusive, ameaçando a própria democracia e o Estado Democrático de Direito”. O documento destaca os encontros com a ministra dos Direitos Humanos Maria do Rosário, com o governador Antonio Anastasia, com o secretário de Estado de Defesa Social Rômulo Ferraz e delegados de polícia.

POLÍCIA FEDERAL
Em outro trecho, a carta indaga: “Por que a Polícia esperou tantos anos para prender os seus pares, apesar da existência de indícios,e em alguns casos até provas, de envolvimento direto de agentes de segurança pública em crimes tão bárbaros que aconteceram no Vale do Aço há vários anos?”

Para o Comitê Rodrigo Neto, “as prisões temporárias efetuadas até o momento não são suficientes para combater a criminalidade endêmica que se instalou dentro das polícias do Vale do Aço”. O movimento arremata propondo a intervenção da Polícia Federal nas investigações: “A certeza do envolvimento de policiais em tantops crimes, bem como o lapso de tempo de mais de três meses sem resposta ao assassinato de Rodrigo Neto, evidenciam a necessidade do reforço nas equipes de investigação que atuam nos casos e, essencialmente, a presença da Polícia Federal em Ipatinga”.

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