Cidades

Atendimento no Olho Vivo está comprometido

Central de Monitoramento do Olho Vivo hoje conta com menos funcionários do que o necessário; informação foi confirmada pela PM

 

IPATINGA – Das 43 câmeras do Olho Vivo, menos de 20 estão sendo usadas. Isso porque não há, na central de monitoramento, mão-de-obra suficiente para que o sistema funcione em sua plenitude.
A denúncia foi feita pelo vereador César Custódio (PT), da tribuna da Câmara, nesta semana, e confirmada na tarde de ontem (22) pela Polícia Militar. As falhas começaram a acontecer desde que a Prefeitura de Ipatinga assumiu a gestão do sistema.
Com isso, os bons índices de repressão à criminalidade na região central caíram drasticamente – em 89%. Em janeiro e fevereiro de 2011, foram originadas 81 ocorrências a partir do trabalho da Central de Monitoramento. Já nos dois primeiros meses deste ano, houve apenas nove ocorrências. As prisões efetuadas com base nas imagens, no mesmo período, caíram de 97 no ano passado para apenas oito.
Em 2011, o sistema registrou 1.663 abordagens a pessoas em atitudes suspeitas, 393 Boletins de Ocorrência e 465 prisões de infratores em flagrante delito. Atualmente são 19 câmeras na área central, 24 em 13 bairros e outras 220 em unidades de saúde e escolas municipais.
Antes quem operava o sistema era Instituto Datalex. Mas, por inadimplência da Administração Municipal, o contrato com a empresa terceirizada foi rescindido em janeiro deste ano.

VIGILANTES
Pelas circunstâncias, o governo Robson Gomes (PPS) se viu obrigado a designar servidores municipais para assumir o serviço, por isso alguns vigilantes foram deslocados para a central. Só que a ‘economia’ tem refletido em prejuízos para a área de segurança pública.
O capitão Luiz Magalhães, responsável pelo gerenciamento policial do Centro e adjacências, confirmou que todas as 43 câmeras estão funcionando normalmente, apesar de oito terem ficado desligadas por mais de 70 dias por falta de manutenção.
“O papel do policial na Central é coordenar o monitoramento das imagens, sendo acionado quando o operador detectar movimento suspeito. Não cabe à PM prover operadores para o local, mas sim fazer a gestão do sistema”, falou o militar.
Conforme apurou a reportagem, antes havia sete operadores diariamente no local, sendo seis responsáveis pelo monitoramento das 43 câmeras. Cada um fazia a gestão de, no máximo, sete pontos. Agora só trabalham três ou quatro operadores. Em alguns momentos, apenas dois funcionários da Prefeitura apareceram para trabalhar.

DANO
“Se não há operadores visualizando as imagens, existe um grande prejuízo em detectar situações suspeitas ou crimes que possam estar acontecendo. Nosso papel é detectar os momentos de suspeição e acionar via rádio as viaturas mais próximas. Temos também aqueles casos em que damos cobertura a operações policiais específicas ou então quando há manifestações”, destacou Magalhães.
“Mais uma vez, e acredito que não será a última, a Administração Municipal tenta enganar a população e fazer de conta que está cumprindo o seu papel. Investiu-se tanto neste sistema que é importante e tem dado resultados, e agora por incompetência administrativa da Prefeitura ele não está cumprindo o seu papel, propiciando o aumento dos índices de criminalidade e passando uma sensação de insegurança para a população”, criticou o vereador César Custódio.
Gerson Paulino, membro do Conselho de Segurança Pública (Consep) do Centro, lamentou o abandono do projeto pelo qual ele tanto lutou. “Com isso, quem perde é apenas a cidade. O prefeito não está nem aí para nada, nem mesmo um lixo que pedi para recolherem na rua Sabará foi feito”, falou.

NOTA

Em nota, a Prefeitura informou que o Programa Ipatinga Segura – Olho Vivo conta atualmente com 20 vigilantes que foram devidamente qualificados. Estes profissionais se revezam em turnos de oito horas. Em breve o sistema de monitoramento vai contar com vinte novos vigilantes, que foram aprovados em processo seletivo e já estão em fase de treinamento.

 

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