Policia

Assassino confesso disse que era ameaçado de morte pela vítima

Na versão de Shineider (da esq.) , ele foi ameaçado por Donizete depois que tentou manter relações com sua irmã


TIMÓTEO
– O delegado Gilmaro Alves, titular da Delegacia de Timóteo, encaminhou à Justiça nesta terça-feira (22) o inquérito concluído da morte do ajudante Donizete Ladislau de Almeida, 50 anos, assassinado a pauladas no dia 23 de dezembro passado.

O principal acusado do crime, Shineider Silva Nascimento, 38 anos, se apresentou à polícia acompanhado de um advogado dias depois do crime e confessou o homicídio. Ele disse que agiu em legítima defesa porque estava sendo ameaçado de morte pela vítima. Por enquanto, ele está respondendo ao processo em liberdade.

Em seu depoimento, Shineider disse que no dia do crime passava com seu carro na avenida Ana Moura, no bairro Alvorada, quando de repente a vítima jogou a bicicleta em que estava na frente de seu veículo. O comportamento estranho da Donizete teria então irritado o principal suspeito do crime, que desceu do carro, e os dois começaram a brigar.

Durante a discussão, Shineider disse que pegou um pedaço da madeira que estava na via e desferiu vários golpes contra Donizete. “Ele ainda estava se mexendo quando eu fugi”, alegou em seu depoimento.

Para delegado, acusado não agiu em legítima defesa

JUSTIFICATIVA
A principal justificativa dada por Shineider era de que ele estava sendo ameaçado de morte pela vítima desde o dia 11 de dezembro passado, por causa de um possível relacionamento do suspeito com a irmã de Donizete. Shineider alegou que após esse episódio, a vítima passou a intimidá-lo e constantemente era visto rondando sua casa.

A irmã de Donizete, cadeirante, também foi ouvida pela PC. Ela contou que no dia 11 de dezembro estava voltando para casa em companhia de um vizinho, quando Shineider apareceu e mandou que o vizinho saísse, já ele iria acompanhá-la ate casa. Segundo a mulher, chegaram à residência e ficaram conversando, momento em que Donizete apareceu. Ao presenciar a cena, ele ordenou que Shineider fosse embora.

A mulher disse à polícia que também pediu que o acusado fosse embora, mas ele se negou, tendo, em seguida, a levado para o quarto. Segundo ela, nesse momento o irmão já estava dormindo. A irmã da vítima afirmou ainda que Shineider tentou manter relações sexuais com ela, mas ela negou.

A confusão entre Donizete e Shineider ocorreu na manhã do dia seguinte, quando o ajudante viu que Shineider estava dormindo na cama da irmã. “Quando meu irmão viu o Shineider, pegou um facão e o ameaçou de morte caso ele não fosse embora”, relatou.
Por causa da ameaça, Shineider chamou a polícia, e foi confeccionado um Boletim de Ocorrência.

 

HOMICÍDIO
O delegado Gilmaro Alves recusou a alegação de legítima defesa de Shineider e considerou que toda a situação foi criada por ele. “Não há que se falar em legítima defesa e sim em homicídio porque, após a discussão, Shineider continuou perseguindo a vítima e desferiu vários golpes”, considera o policial.

Conforme laudo pericial, o agressor, munido de instrumento contundente, perseguiu a vítima pela avenida e a atingiu na cabeça. Segundo relatório de Necropsia realizado pelo Instituto Médico Legal de Ipatinga (IML), Donizete morreu em decorrência de traumatismo craniano.

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