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Aperam fornece aço elétrico para acelerador de partículas

TIMÓTEO – O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), desenvolve um novo acelerador de partículas, batizado de Sirius, numa referência à mais brilhante das estrelas da constelação de Cão Maior. A Aperam South vai fornecer o aço elétrico E 233 par a construção do acelerador de partículas.

O equipamento será o maior do hemisfério Sul e um dos maiores do mundo. Ele utilizará a luz Síncrotron – radiação gerada a partir da aceleração de elétrons para analisar a estrutura atômica dos materiais. “O projeto aumentará a gama de aplicações desse tipo de luz em pesquisas científicas, principalmente pela ampliação do seu espectro para raios-x mais duros. Isso permitirá produzir análises química e estrutural em três dimensões, com resolução até 100 vezes melhor”, conta Ricardo Rodrigues, diretor de engenharia do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron.

INVESTIMENTOS

Desenvolvido em Campinas (SP), o acelerador receberá investimentos de R$ 650 milhões e será construído com uma série de matérias-primas, equipamentos e dispositivos brasileiros. Entre eles, o aço elétrico E 233 da Aperam South America.

Serão mais de 100 toneladas desse material para a produção de mais de mil ímãs, situados ao redor do anel principal do acelerador. “A alta permeabilidade magnética do aço E 233 foi determinante na definição de seu aproveitamento na produção dos ímãs. Por suas propriedades, ele permite alcançar maiores campos magnéticos, com menor corrente elétrica”, explica o assistente técnico de Aços Elétricos da Aperam South America, RubensTakanohashi.

EVOLUÇÃO
Mais de 19 anos separam a entrada em funcionamento do primeiro acelerador de partículas brasileiro, o UVX, em1997, e o Sirius, que será ativado em 2016. Mas as diferenças não param por aí. Em relação aos ímãs, por exemplo, a qualidade do campo magnético obtido é vista como um grande diferencial. Se comparados com os ímãs do UVX, os que serão usados para o Sirius devem satisfazer tolerâncias bem mais rigorosas. Além disso, a quantidade a ser instalada é cerca de dez vezes maior.

O aço elétrico E 233, também aplicado em motores e compressores, é resultado do esforço da Aperam South America no desenvolvimento de um material que apresente duas propriedades, geralmente antagônicas, mas indispensáveis para que o aço tenha um bom desempenho: baixa perda magnética e alta permeabilidade. “Hoje, a empresa produz os aços elétricos de Grão Não-Orientado (GNO) com as menores perdas magnéticas do mundo. Mas o trabalho para desenvolver novos produtos com resultados ainda melhores prossegue”, afirma Rubens Takanohashi.

MAIS PERTO

Acelerador de partículas, pesquisas com elétrons e luz Síncrotron são termos que fazem parte do cotidiano de poucas pessoas, mas isso não significa que estejam distantes do seu dia a dia. A fabricação de móveis, celulares e eletrodomésticos, por exemplo, só é possível a partir de estudos sobre as estruturas de polímeros, como as fibras.

Muitos remédios também são desenvolvidos pela indústria farmacêutica, após pesquisas envolvendo proteínas e a luz Síncrotron. Também entra na lista o desenvolvimento de tecnologia para a área petroquímica, por exemplo.
“A pesquisa científica, além de satisfazer a curiosidade natural do homem, promove o desenvolvimento econômico e tecnologia aplicada ao cotidiano. A luz Síncrotron, nas últimas décadas, vem se mostrando o investimento mais efetivo e abrangente na produção de conhecimento, por unidade de recursos investidos”, analisa o diretor Antônio José Roque da Silva.

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