Policia

Ação que levou a acidente fatal partiu de sargento

Acidente terminou com carro destruído, animais mortos e adolescente carbonizado

IPATINGA –
O comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, Edvânio Carneiro, confirmou nesta segunda-feira (31) que partiu de militares a ordem para que um caminhão boiadeiro fosse atravessado na pista da BR-458, causando um acidente de grandes proporções na noite do último sábado (29).

O caso aconteceu na altura do município de Caratinga. Um Crossfox, que seguia em direção a Ipatinga, era conduzido por um menor de 17 anos e se chocou contra um caminhão carregado de bois.

O veículo havia sido roubado pelo condutor e por um comparsa, de 15 anos, no Centro do município de Iapu. Os adolescentes fugiram, mas foram perseguidos por militares. Na altura da cidade de Caratinga, militares ordenaram que o motorista de um caminhão boiadeiro que saía de um posto de combustíveis deixasse o veículo de carga atravessado horizontalmente na pista, de forma a forçar que os infratores parassem o carro.

Segundo a PM, o adolescente dirigia o carro em alta velocidade e não conseguiu parar o automóvel, que bateu no caminhão e, em seguia, explodiu. O adolescente de 17 anos conseguiu saltar do carro e sofreu apenas um corte no queixo e um ferimento na mão. Ele foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento em Ipatinga (UPA), onde foi atendido e liberado. Em seguida, foi encaminhado ao Ceresp e teve sua internação provisória decretada pela Justiça de Ipatinga. Já o outro ocupante do veículo, identificado como Yuri Pablo, de 15 anos, morreu carbonizado.

No caminhão usado como bloqueio da pista, havia 23 bovinos. Seis deles morreram queimados e os outros 17 teriam fugido pela rodovia. Após a explosão, testemunhas que estavam em um posto de gasolina nas proximidades informaram que vários animais em chamas saíram correndo pela BR. O motorista que conduzia o carro de bois, Silvano Veríssimo Rufino, não se feriu.

OPERAÇÃO

A ação policial que levou ao acidente foi controversa, uma vez que resultou em danos materiais e também na morte de um menor infrator. O comandante do 14ª Batalhão explicou o procedimento. “O policial militar solicitou que ele (o caminhoneiro) fizesse (deixar o veículo virado) para que fosse feita uma retenção na pista e propiciar a abordagem dos indivíduos. Houve sim um pedido. Não há duvida sobre isso. Nós não fugimos desta responsabilidade”, disse Edvânio.

Sobre a possibilidade de uma tragédia ainda maior o militar foi enfático: afirmou que seria mais preocupante se a PM tivesse se omitido no caso. “Nós temos o dever de proteger a sociedade. Se formos colocar as coisas dentro das hipóteses, poderíamos pensar que poderia ter acontecido coisa ainda mais grave. Aliás, o menor que sobreviveu nos disse que o objetivo deles era tomar o carro de assalto em Iapu, ficar com o veículo dentro de Ipatinga e cometer um homicídio no Veneza”.

“Todo mecanismo que nós adotamos para fazer o bloqueio de um carro é não colocar outras pessoas em risco. Quem morreu era pessoa ligada à prática de ato infracional e morreu porque o colega dele não parou. A alternativa de parar foi dada a ele. A nossa orientação é, em qualquer interceptação, qualquer bloqueio, não colocar em risco a vida de outras pessoas”, concluiu o comandante.


Comandante Edvânio: “Quem morreu era pessoa ligada à prática de ato infracional”

Você também pode gostar

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com