Cidades

Abandono coloca em risco usuários da Ponte Queimada

Paulo César Reis

PINGO D’ÁGUA – A Ponte Queimada, principal travessia do Rio Doce, no Parque Estadual do Rio Doce, mesmo em ruínas detém uma vista privilegiada para os amantes da natureza. O curioso nome tem duas versões para sua explicação: a primeira é que a passagem foi queimada por índios que habitavam o local; já a segunda, diz que o fogo foi provocado intencionalmente por soldados que transportavam presos para Caratinga.

Construída na década de 1930, pela empresa Acesita, que mantém programas de educação ambiental e recuperação e preservação ambiental na região, a Ponte Queimada guarda em seus 800m de extensão, a história de um único caminho para o escoamento da produção de carvão, e uma importante ligação com outras cidades.

Atualmente, a ponte queimada pede socorro. O seu tablado e as passarelas estão totalmente deteriorados pelo tempo. A possibilidade de acidentes está iminente, porque a falta de pranchões, peças soltas em sua passarela, é um risco para as pessoas que ainda usam a estrada da “Mata do Parque”. Além da Ponte Queimada, também a Ponte do Ribeirão do Turvo não tem nenhuma condição de receber o trânsito, nem leve e muito menos pesado. O melhor a se fazer- é interditar de vez a passagem para garantir a segurança dos usuários da estrada.

Ambientalistas prometem exigir responsabilidade dos municípios do entorno do parque, caso não seja tomada nenhuma providência. A primeira medida é promover a reforma do tablado das pontes sobre o Rio Doce e também sobre o Ribeirão do Turvo, antes que a imponente estrada carvoeira possa ser palco de uma tragédia.

HISTÓRIA
O então governador de Minas, Antônio de Noronha, mandou abrir uma estrada que, passando pelo vale, fosse até Barra do Cuieté, então distrito de Conselheiro Pena. Ele governou Minas Gerais de janeiro de 1775 a fevereiro de 1780. Os operários romperam cerca de vinte léguas, através das “Matas Nacionais”, de que existe hoje apenas um pedaço, o Parque Florestal. Foi seu sucessor, Dom Rodrigo, quem a completou e inaugurou. Ficou conhecida como Estrada Aberta, ou do Degredo.

A “Aberta”, como era chamada, atravessava quatro grandes pontes neste Sertão: a do Piracicaba (Antônio Dias), a ponte Alta (Ribeirão do Mombaça), a Ponte Queimada, no Rio Doce, e a do Sacramento Grande (Bom Jesus do Galho). A ponte do Rio Doce, inaugurada em final de século 18, ficava pouco abaixo da atual, numa corredeira entre os saltos Jacutinga e do Inferno. A ponte foi incendiada em meados de 1793, tomando então o nome de “Ponte Queimada”. Na época, os soldados acusaram os índios, que por sua vez, acusaram os soldados.

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