Cidades

3 mil vão às ruas em Fabriciano

Cerca de 3 mil pessoas protestaram contra o fim da corrupção e melhorias no transporte público
(Fotos: André Almeida)

FABRICIANO – Foi aberta nesta quinta-feira (20) a temporada de protestos no Vale do Aço, com a saída de cerca de três mil pessoas às ruas de Coronel Fabriciano pedindo, principalmente, o fim da corrupção, redução nos preços das passagens do transporte público e conclusão das obras do Parque Linear. O ato público iniciado de forma pacífica terminou com vandalismo, quebradeira e confrontos com a Polícia Militar.

O manifesto teve início por volta das 4h da tarde, na Praça da Igreja São Francisco de Assis, no distrito de Melo Viana, e seguiu em direção ao Centro da cidade. Nas paredes e portas de comércios, foram colocadas placas de apoio ao movimento. Curiosamente, grande parte das lojas situadas no trajeto do protesto fechou as portas mais cedo, possivelmente com medo de ataques, como tem acontecido em protestos em outras partes do Brasil.

Em Fabriciano, a manifestação foi totalmente organizada pela internet, via redes sociais, e não teve nenhum representante oficial. Nos cartazes, os participantes escreveram sobre causas diversas, entre elas mudanças no atual sistema político brasileiro. Também estiveram presentes gritos contrários à presidente Dilma Rousseff (PT) e ao senador Aécio Neves (PSDB).
A primeira parada dos manifestantes foi na porta da afiliada da Rede Globo em Fabriciano, que foi alvo de vaias de pessoas e gritos de protestos. Após, o grupo rumou pela avenida Magalhães Pinto atraindo cada vez mais adeptos.

POLÍCIA
O manifesto contou com um grande efetivo policial, que acompanhou de perto todo o trajeto. De acordo com informações da própria corporação, 80 homens foram empregados para garantir a ordem no protesto. Destes, 57 eram da cidade e o restante veio de Ipatinga e Timóteo sob forma de reforço da segurança.

O percurso foi seguido com tranquilidade em sua maior parte, com o hino nacional sendo entoado por diversas vezes. Já na rua Duque de Caxias, no Centro, alguns rojões começaram a ser soltos e o consumo de drogas podia ser notado à distância. O grupo se dispersou e uma parte se dirigiu para a Praça Louis Ensch, em frente à sede do Poder Executivo da cidade, enquanto outros protestantes seguiram para a Praça da Estação. Na Prefeitura, os gritos então passaram a ser direcionados ao Governo atual e a manifestação ganhou contornos político-partidários.

VANDALISMO

Os tumultos começaram com a ida de manifestantes para a ponte que liga o Centro de Coronel Fabriciano a Timóteo, a chamada Ponte Nova. Alguns se deitaram no chão e interromperam o trânsito de veículos por cerca de meia hora. Pedras, que foram atiradas contra militares, atingiram os próprios manifestantes e a PM começou a realizar revistas e apreensão de alguns baderneiros por dano ao patrimônio.

O carro de uma emissora de televisão que acompanhava o manifesto foi apedrejado, assim como a Câmara de Vereadores da cidade, onde uma lâmpada chegou a ser quebrada. Uma farmácia no Centro teve os vidros quebrados e outras lojas também foram alvo de pedradas.

No caminho de volta, já na avenida Tancredo Neves, o restante dos manifestantes fechou o trânsito da via e marchou sentido ao Unileste. No caminho, mais vandalismo: um radar de trânsito instalado próximo ao centro universitário foi danificado, mas os responsáveis não foram identificados.

O comandante Stenner Alves, da PM de Fabriciano, acompanhou o protesto e o avaliou de forma positiva em sua maior parte. “Foi tranquilo até certo ponto. Quando a manifestação se dispersou, começaram os problemas de vandalismo. Percebe-se que tinham pessoas com má intenção no meio dos manifestantes”, afirmou.

Um grupo de manifestantes ainda tentou dar continuidade ao ato público seguindo em direção ao bairro Caladinho. Entretanto, o movimento não avançou e chegou ao seu final totalizando quase cinco horas de duração. Ainda de acordo com o comandante Stenner, foram registradas quatro prisões na cidade, todas por dano ao patrimônio.
Coronel Fabriciano foi a primeira cidade do Vale do Aço a receber este tipo de manifesto que vem tomando o Brasil.

Atos públicos desta natureza já estão previstos para outras cidades da região. Em Ipatinga, o movimento está marcado para esta sexta-feira (21), às 16h e, em Timóteo, será no sábado, às 9h. No dia 24, Santana do Paraíso terá o seu manifesto, às 17h, com concentração em frente à Câmara Municipal.


Comércio fechou as portas mais cedo: em Ipatinga, deve ocorrer o mesmo

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